Chefe da ONU: “Escalada sem precedentes” de Israel em Gaza prejudica ajuda humanitária
António Guterres também afirmou que a ONU está “extremamente preocupada” com o seu pessoal em Gaza, depois que as comunicações foram interrompidas na região
28/10/2023 às 17:14 | Atualizado 28/10/2023 às 17:28
“Fui encorajado nos últimos dias pelo que parecia ser um consenso crescente na comunidade internacional, incluindo os países que apoiam Israel, sobre a necessidade de pelo menos uma pausa humanitária nos combates para facilitar a libertação de reféns em Gaza, a evacuação de cidadãos de países terceiros e o necessário aumento massivo da entrega de ajuda humanitária à população de Gaza”, afirmou Guterres em um comunicado.
“Lamentavelmente, em vez da pausa, fui surpreendido por uma escalada sem precedentes dos bombardeamentos e pelos seus impactos devastadores, minando os referidos objetivos humanitários”, completou Guterres.
Guterres também afirmou que a ONU está “extremamente preocupada” com o seu pessoal em Gaza, depois que as comunicações foram interrompidas por um ataque aéreo.
O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), Philippe Lazzarini, disse que, embora tenha conseguido entrar em contato com alguns colegas da UNRWA em Rafah através de um telefone via satélite, ele não conseguiu contatar a “grande maioria” de sua equipe.
Guerra entrou no segundo estágio com operação terrestre de Israel em Gaza, diz Netanyahu
Guterres, que está atualmente em Doha, também agradeceu ao Catar pelas “iniciativas de mediação”, incluindo a libertação de alguns reféns.
“Reitero o meu forte apelo a um cessar-fogo humanitário imediato”, continuou Guterres. “Quero repetir o que disse ontem. Este é o momento da verdade. Todos devem assumir as suas responsabilidades. A história julgará a todos nós”, concluiu o comunicado.
Assembleia da ONU aprova resolução sobre guerra de Israel
Uma maioria de 120 países votou a favor da resolução. Os Estados Unidos e Israel estavam entre os 14 países que votaram contra. A União Europeia não chegou a pedir um cessar-fogo em Gaza, apelando, em vez disso, a “pausas” humanitárias.