Chanceler chinês critica EUA por aumento de pressão diplomática
Comunicado foi reproduzido pela embaixada chinesa no Brasil, no momento em que o país é alvo de pressões americanas para não aderir à tecnologia chinesa do 5G
O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, criticou nesta sexta-feira (24) a escalada de tensão diplomática entre Pequim e os Estados Unidos, que ganhou força após o fechamento do consulado chinês em Houston, retribuído com uma medida similar na representação diplomática americana em Chengdu. O comunicado foi reproduzido pela embaixada chinesa no Brasil, no momento em que o país é alvo de pressões americanas para não aderir à tecnologia chinesa para implementação do 5G.
“Todas as dificuldades deste momento foram criadas pelos EUA a fim de obstruir o desenvolvimento da China, um objetivo que buscam alcançar por todos os meios”, disse o chanceler. “Algumas forças anti-China nos EUA têm criado, de forma deliberada, uma rivalidade ideológica, coagindo outros países a tomar partido e confrontar a China em favor dos interesses norte-americanos. Nenhum país com consciência e espírito independente aderirá a essa manobra.”
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Ainda de acordo com o chanceler chinês, a China ainda espera alcançar, com os EUA, um relacionamento livre de conflitos ou confrontos, com respeito mútuo e cooperação para ambas as partes. “A China não dançará a música dos EUA, nem permitirá que ajam com imprudência”,afirmou.D
Diplomatas dos EUA na China foram notificados na manhã de sexta-feira que Pequim estava revogando a licença do consulado de Chengdu no sudoeste da China, que recebeu ordem de “interromper todos os negócios e atividades”.
A diplomacia chinesa acrescentou que os EUA “provocaram unilateralmente o incidente” ao ordenar o fechamento do escritório de Houston, uma ação que Pequim disse “violar seriamente o direito internacional e as normas básicas das relações internacionais”.
O consulado de Houston foi fechado depois de Washington acusar os chineses de espionagens. O Departamento de Estado afirmou que a medida tem como objetivo proteger a propriedade intelectual e as informações privadas norte-americanas.
A escalada ocorre a poucos meses da eleição americana, que opõe o atual presidente Donald Trump e o democrata Joe Biden. Em queda nas pesquisas nacionais e nos principais estados que podem decidir a votação no colégio eleitoral, Trump, um crítico das relações com a China, tem aumentado a retórica contra Pequim desde o início da pandemia de Covid-19, que começou no país asiático.
