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    “Chance de solução de conflito por Conselho de Segurança continua a ser zero”, diz ex-embaixador Ricupero

    Brasil encerra sua presidência temporária do Conselho sem ter conseguido um consenso para resolução da guerra

    Jussara Soaresda CNN , Brasília

    O ex-embaixador Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, avalia que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não conseguirá encontrar uma solução para o conflito Israel-Hamas, que já está em seu 25º dia de confronto. “A chance continua a ser zero”, disse Ricupero à CNN.

    O Brasil encerra nesta terça-feira (31) a sua presidência temporária do Conselho de Segurança sem ter conseguido costurar um consenso em torno de uma proposta de resolução para a guerra. A China assume o comando do colegiado nesta quarta-feira (1º).

    Para Ricupero, que foi embaixador na Itália e secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Untac), a presidência do Conselho é indiferente diante de posições antagônicas de países com direito a veto.

    “Quanto à presidência do Conselho de Segurança pela China ou qualquer outro país não faz muita diferença quando as posições dos membros permanentes com direito a veto são distantes umas das outras”, disse o ex-embaixador à CNN.

    Para Ricupero, os esforços sobre a guerra no Oriente Médio são inócuos por uma solução assim como ocorre em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

    “Haverá novas sessões para debater o agravamento da crise, mas, da mesma forma que ocorre há mais de um ano com a guerra na Ucrânia a chance de uma solução pelo Conselho continua a ser de zero”, completou.

    O Conselho de Segurança da ONU tem 15 membros, sendo dez rotativos e cinco com assento permanente: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. Os membros fixos têm poder de veto sobre resoluções do órgão.

    Os Estados Unidos, que vetaram a proposta de resolução do Brasil e tiveram outra recusada, querem um texto que mencione o direito de autodefesa de Israel, uma condenação explícita ao Hamas e que não haja um pedido de cessar-fogo.

    Já a Rússia, que teve duas propostas de resolução rejeitadas do conselho e se absteve sobre o texto do Brasil, defende um cessar-fogo imediato e pede que Israel suspenda a ordem de retirada de palestinos do norte de Gaza.

    O Brasil chega ao último dia como presidente do Conselho de Segurança da ONU ainda tentando negociar uma resolução costurada com países não permanentes e buscando consenso com países membros do conselho.

    De acordo com fontes diplomáticas brasileiras, o importante é apresentar a proposta quando tiver condições de passar — não importando quem esteja na presidência.

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