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    CEO do Telegram diz que moderação da plataforma será “transformada”

    Alguns recursos foram desabilitados; isso acontece após investigação sobre crimes na rede social

    Mark TrevelyanMartin Coulterda Reuters

    Pavel Durov, CEO do Telegram, disse nesta sexta-feira (6) que a plataforma removeria alguns recursos que foram abusados ​​para atividades ilegais, levando em consideração as críticas à moderação de conteúdo na rede social.

    O anúncio foi feito através de uma mensagem para os 12,2 milhões de usuários do aplicativo.

    “Embora 99,999% dos usuários do Telegram não tenham nada a ver com crimes, os 0,001% envolvidos em atividades ilícitas criam uma imagem ruim para toda a plataforma, colocando os interesses de nossos quase bilhões de usuários em risco”, escreveu o empresário.

    “É por isso que este ano estamos comprometidos em transformar a moderação no Telegram de uma área de crítica em uma de elogios”, adicionou.

    Durov não detalhou como o Telegram faria isso, mas informou que havia desabilitado novos uploads de mídia para uma ferramenta de blog autônoma “que parece ter sido mal utilizada por atores anônimos”.

    Ele também removeu um recurso pouco usado de Pessoas Próximas, que “tinha problemas com bots e golpistas”, e, em vez disso, mostraria negócios legítimos e verificados nas proximidades dos usuários.

    O Telegram também removeu uma fala na sua página de Perguntas Frequentes dizendo que não processa relatórios sobre conteúdo ilegal em chats privados porque tais chats são protegidos.

    Entretanto, Durov não se referiu a essa mudança em sua mensagem, na qual ele também pontuou que o Telegram havia alcançado 10 milhões de assinantes pagos.

    Investigação na França

    As mudanças são as primeiras que ele anuncia desde que foi preso no mês passado na França. Ele foi colocado sob investigação formal e liberado sob fiança.

    As autoridades apuram o uso do Telegram para crimes como fraude, lavagem de dinheiro e compartilhamento de imagens de abuso sexual infantil.

    O caso repercutiu na indústria global de tecnologia, levantando questões sobre os limites da liberdade de expressão online, o policiamento de plataformas de mídia social e se seus proprietários são legalmente responsáveis ​​pelo comportamento criminoso dos usuários.

    O advogado de Durov alegou que é absurdo investigar o chefe do Telegram em conexão com crimes cometidos por outras pessoas no aplicativo.

    Em uma postagem anterior na quinta-feira (5), o CEO comentou que o Telegram não era perfeito. “Mas as alegações em algumas mídias de que o Telegram é uma espécie de paraíso anárquico são absolutamente falsas”, ele escreveu.

    “Nós removemos milhões de postagens e canais prejudiciais todos os dias”, destacou.

    Ele afirmou que a investigação francesa foi surpreendente, porque as autoridades de lá poderiam ter contatado o representante da União Europeia do Telegram, ou o próprio Durov, a qualquer momento para levantar suas preocupações.

    “Se um país está insatisfeito com um serviço de Internet, a prática estabelecida é iniciar uma ação legal contra o próprio serviço”, ele escreveu.

    Katie Harbath, ex-diretora de políticas públicas da Meta, que agora aconselha empresas sobre questões de tecnologia, destacou: “É bom que Durov esteja começando a levar a moderação de conteúdo a sério, mas, assim como Elon [Musk] e outros CEOs de tecnologia que administram plataformas de fala descobriram, se ele acha que isso será tão simples quanto fazer algumas pequenas mudanças, ele terá um rude despertar”.

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