Candidatos dos Estados Unidos evitam aproximação com Biden e Trump
Eleições de meio de mandato nos EUA acontecem em novembro
Quase dois anos após a eleição presidencial dos EUA, Joe Biden e Donald Trump continuam sendo os líderes dos seus respectivos partidos. Hoje, seguem como os mais prováveis nomes dos partidos Democrata e Republicano, novamente, na cédula eleitoral que será impressa daqui dois anos.
No entanto, com a proximidade das eleições de meio de mandato, em novembro, os candidatos em disputas acirradas gostariam muito que eles saíssem de cena.
Melanie Zanona, da CNN, informou recentemente que Tom Emmer, o chefe da campanha dos republicanos na disputa para a Câmara, está aconselhando candidatos em regiões muito disputadas que não se distraiam com Trump e se concentrem em questões que interessam aos eleitores.
“Não digo o nome dele, nunca. Evito mencionar o nome dele”, afirmou um deputado que busca a reeleição — “dele’ refere-se a Trump. “Eu falo sobre as políticas dele que eu gosto”, continuou.
Da mesma forma, os democratas que vão brigar nas urnas em novembro não estão exatamente adotando Biden de braços abertos. Em entrevista a Jake Tapper, no programa “State of the Union” da CNN americana exibido no domingo (21), o senador democrata Mark Kelly, do Arizona, não disse diretamente que queria que o presidente se juntasse a ele na campanha.
“Eu vou dar boas-vindas a qualquer um que venha ao Arizona, que viaje pelo estado a qualquer momento. Desde que eu esteja aqui, e não em Washington em sessão, e que fale sobre o que o Arizona precisa”, disse Kelly.
O senador não está sozinho. Conforme relatou o jornal “The Washington Post” ao longo do final de semana, poucos candidatos democratas disseram abertamente que querem Biden ao lado deles na campanha.
O fato não surpreende, dado que tanto Biden como Trump permanecem bastante impopulares entre os eleitores. Uma nova pesquisa da NBC News concluiu que 40% dos eleitores encaram Biden de forma favorável, enquanto 36% encaram Trump de forma favorável.
De um lado, Biden manteve o seu envolvimento direto nas eleições de meio de mandato ao mínimo, tendo apoiado abertamente apenas três candidatos em 2022.
Embora os dois primeiros anos de um presidente resultem quase sempre em perdas para o partido no poder, o nível de aprovação de Biden tem ficado estagnado na casa dos 40 pontos (ou menos) há quase um ano, e a inflação elevada só torna o caminho dos democratas mais desfavorável.
Os democratas estão esperançosos de que Biden possa começar a virar o jogo depois de conquistarem uma série de vitórias políticas, cujo ápice foi a assinatura na semana passada da lei sobre o clima, os impostos e os cuidados de saúde.
Mas, até que haja provas de que essas realizações estejam beneficiando o povo, democratas em campanhas muito concorridas continuarão a manter uma certa distância do presidente.
Já a dinâmica entre os candidatos de Trump e o GOP (apelido do Partido Republicano) tem sido bastante diferente.
Durante grande parte do ciclo eleitoral, republicanos em geral lutavam com afinco para obter o apoio do ex-presidente, sabendo que ter a pessoa mais influente no partido ao seu lado seria o melhor passe para a vitória nas primárias.
Trump acabou revelando mais de 200 apoios, em muitos casos de candidatos que abraçaram as suas teorias infundadas de fraude eleitoral.
Entretanto, o que antes era um ativo para os candidatos republicanos está virando rapidamente um passivo em estados e distritos muito disputados, especialmente quando a atenção do povo se volta para os crescentes problemas jurídicos de Trump.
A pesquisa da NBC mostrou que 57% dos eleitores afirmaram que as investigações sobre alegadas irregularidades de Trump deveriam continuar e que as ameaças à democracia estavam subindo na lista de prioridades dos eleitores.
Vários dos candidatos do GOP que Trump ajudou a superar as primárias lutam agora para convencer os eleitores.
O ponto principal: Embora candidatos de ambos os partidos tenham a vontade de manter distância de Biden e Trump, eles não conseguem fugir da realidade de que os seus destinos estarão pelo menos parcialmente vinculados à posição deles.
Por sua vez, já que Biden e Trump estão de olho na potencial revanche em 2024, eles certamente não estarão dispostos a ceder seu espaço sob os holofotes.