Candidato opositor pede que TSE reconsidere e observe eleições na Venezuela
Para Antonio Ecarri, ausência do Tribunal brasileiro e da Colômbia como observadores dá eco a discursos extremistas
Um dos candidatos à presidência venezuelana pela oposição, Antonio Ecarri, pediu nesta terça (4) que o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil e a Colômbia aceitem o convite para observar as eleições marcadas para o dia 28 de julho.
”Peço à Colômbia e ao Brasil que reconsiderem. Não façam eco das políticas do extremismo de um lado e do outro. Porque aqui tem quem se beneficie de que o país continue fechado, de um lado e do outro”, disse Ecarri, do partido Aliança do Lápis.
As declarações foram dadas pelo candidato na saída de uma reunião no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
Convidado pelo organismo, o TSE informou, na última quinta-feira (30) que não irá acompanhar as eleições na Venezuela.
A Colômbia tomou a mesma decisão. Segundo o chanceler do país, Gilberto Murillo, o governo não teve tempo para estruturar uma equipe com as características técnicas necessárias para enviar uma missão.
Na reunião com o CNE, Ecarri pediu que o organismo reconsidere a decisão de retirar o convite para a União Europeia observar o pleito. “Um dia dizem que a União Europeia vai invadir, que estão violando a soberania, e no outro pedem que venham investir na Venezuela. Então é preciso acabar com essa relação esquizofrênica com a comunidade internacional”, queixou-se.
A líder opositora María Corina Machado também afirma que o CNE está a tempo de se retificar sobre a retirada do convite à UE, medida que chama de “incompreensível”.
Ela também afirmou que “a Colômbia, o Brasil e outros países da região têm uma grande oportunidade e uma grande responsabilidade, porque o desfecho desse processo vai ter indiscutivelmente um enorme impacto na realidade desses países, pela migração, pela estabilidade política, todos sabemos”.
Ecarri também propõe que o país institua debates presidenciais “como ocorre em todos os países civilizados do mundo”.
“Até em lugares onde a polarização é extrema, como é o caso da Argentina e como foi o do Brasil, também houve debate. Nós aqui temos que vencer a política do grito porque esse país não aguenta mais”, concluiu.