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    Candidato de extrema-direita cai 10 pontos percentuais em pesquisa e perde força nas primárias da Argentina

    Javier Milei, do "La Libertad Avanza", perdeu quase 10 pontos percentuais nas pesquisas para as Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (Paso)

    Javier Milei é alvo de acusações que podem derrubar sua pré-candidatura
    Javier Milei é alvo de acusações que podem derrubar sua pré-candidatura Tomas Cuesta/Getty Images

    Felipe de Souzacolaboração para a CNN

    em São Paulo

    Mesmo lotando comícios, como o último que aconteceu na segunda-feira (7), a pré-candidatura de um economista de extrema-direita na Argentina parece perder força, ao menos nas pesquisas de opinião.

    Em pouco mais de três meses, Javier Milei, do “La Libertad Avanza” (A Liberdade Avança, em tradução livre), perdeu quase 10 pontos percentuais de potenciais eleitores que vão às urnas neste domingo (13) para as Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (Paso), uma prévia para a escolha do novo presidente da República, que vai acontecer em outubro.

    Quando a corrida eleitoral começou, em maio, o Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica (Celag) fez uma pesquisa de intenção de votos, que mostrava Milei com quase 30% da preferência dos eleitores, em primeiro lugar.

    VÍDEO: Argentina terá eleições primárias no domingo (13)

    Mas, na época, ainda não havia definição sobre quais pré-candidatos iriam concorrer, nem as eventuais coligações. Apenas o economista havia se colocado na disputa, ainda em 2020, quando aconteceu um lockdown na Argentina por causa da Covid-19.

    Aos poucos, com os nomes surgindo, o candidato do partido La Libertad Avanza foi perdendo espaço, como apontam as pesquisas. A última delas, realizada pela CB Consultora Opinión Pública, aponta Milei com 20,3%, em terceiro lugar.

    A coalizão de Patricia Bullrich e Horacio Larreta, de centro-direita, lidera com 32% das intenções de voto, seguida pela união de Sergio Massa e Juan Grabois, ligada à atual esquerda que comanda o país, com 31%.

    FOTOS – Cédulas de votação dos pré-candidatos à presidência da Argentina

    A avaliação feita pela imprensa argentina é que uma suposta venda de cargos feita por Milei, que teria cobrado até US$ 60 mil para as candidaturas legislativas que também acontecem este ano, teria reduzido as chances de uma votação expressiva. Ele nega e diz haver uma “campanha difamatória”.

    Ainda há uma chance, na avaliação de analistas, de Milei tirar votos das duas coalizões na hora da ida às urnas, sem contar aqueles que podem simplesmente não aparecer. Nas províncias, onde algumas escolhas locais já puderam ser feitas, quase cinco milhões e meio de pessoas optaram por não votar, segundo as autoridades argentinas.

    A trajetória

    Milei é deputado federal desde 2021, tem 52 anos. Começou a crescer com um discurso próximo ao do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL). Na pauta de valores, se apresenta como conservador, querendo o fim do aborto legal e da educação sexual nas escolas.

    Ele defende a dolarização como solução para a alta inflação no país, que está na casa de 115% ao ano, e o fim do Banco Central.

    Entenda as eleições primárias

    Antes das eleições gerais, na Argentina, acontecem as eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, conhecidas como Paso. Elas serão realizadas neste domingo (13).

    O voto nessas eleições também é obrigatório. Se o eleitor não votar nas primárias, também entrará no cadastro de infratores e terá que pagar multa, a menos que justifique por motivos médicos ou distância.

    As Paso definirão todos os candidatos à Presidência. As eleições presidenciais estão marcadas para 22 de outubro. Um eventual segundo turno está programado para 19 de novembro.