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    Canadá limita entrada de estudantes estrangeiros por dois anos; entenda o motivo

    País também afirmou que vai deixar de conceder autorizações de trabalho a alguns estudantes de pós-graduação

    Steve SchererWa Loneda Reuters

    em Ottawa, Canadá

    O Canadá anunciou, na segunda-feira (22), que vai limitar por dois anos a emissão de autorizações a estudantes estrangeiros.

    O país também afirmou que vai deixar de conceder autorizações de trabalho a alguns estudantes de pós-graduação.

    As medidas são uma tentativa de conter um número recorde de recém-chegados que agravam uma crise imobiliária no país.

    A expectativa é de que a restrição resulte em aproximadamente 360 mil autorizações de vistos para estudantes internacionais aprovadas em 2024 – uma redução de 35% em relação ao ano passado.

    O ministro da Imigração, Marc Miller, disse que o governo federal trabalharia com as províncias, que supervisionam o sistema educacional, para aplicar o limite.

    Ele disse que a principal razão para o limite é proteger os estudantes que frequentam faculdades, que muitas vezes são parcerias público-privadas, que prestam serviços inadequados a custos elevados, mas também para aliviar a pressão sobre a habitação e os serviços.

    “Algumas instituições privadas aproveitaram-se dos estudantes internacionais, operando campi com poucos recursos, sem apoio aos estudantes e cobrando altas mensalidades, ao mesmo tempo que aumentaram significativamente a entrada de estudantes internacionais”, disse Miller aos jornalistas.

    “Este aumento também pressiona o setor imobiliário, o sistema de saúde e outros serviços”, disse ele, acrescentando que o limite ajudaria principalmente a baixar os preços dos aluguéis.

    O rápido crescimento populacional alimentado pela imigração colocou pressão sobre os serviços, como saúde e educação, e ajudou a aumentar os custos de moradia.

    Estas questões pesaram sobre o apoio do primeiro-ministro liberal, Justin Trudeau, com as pesquisas apontando que ele perderia uma eleição se esta fosse realizada agora.

    No terceiro trimestre do ano passado, a população cresceu no ritmo mais rápido de mais de seis décadas, com os residentes temporários – na sua maioria estudantes – chegando a 312.758, o maior número em mais de cinco décadas.

    A Aliança Canadense de Associações Estudantis (CASA), um grupo de defesa dos estudantes, criticou o limite.

    “O maior problema é que foi anunciado um limite que é uma reação à crise imobiliária”, disse o Diretor de Advocacia da CASA, Mateusz Salmassi, acrescentando que o que é necessário é mais apoio e alojamento para estudantes internacionais.

    A Universidade de Toronto saudou o anúncio e disse que trabalharia com todos os níveis de governo na atribuição de autorizações de estudo.

    As mudanças estão “focadas em abordar abusos no sistema por parte de atores específicos e não se destinam a impactar negativamente universidades como a nossa”, afirmou a universidade em comunicado.