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    Câmara dos EUA deve votar expulsão de George Santos nesta sexta-feira (1°)

    Republicano é suspeito de usar dinheiro de campanha em botox, marcas de luxo e no OnlyFans, um site de conteúdo sexual

    Katharine JacksonMoira Warburtonda Reuters

    A Câmara dos Estados Unidos votará na sexta-feira (1°) a expulsão do republicano George Santos, que é filho de brasileiros e está envolvido em um escândalo desde sua eleição, em 2022.

    Santos é suspeito de corrupção e de ter gasto indevidamente dinheiro de campanha.

    Vários legisladores apresentaram moções contra o republicano, depois que um relatório de seus colegas na Câmara sugeriu que os promotores federais devem apresentar acusações adicionais contra Santos, 35 anos, que fraudou informações sobre sua vida em sua campanha eleitoral.

    Para que a moção seja aprovada, é necessário maioria de dois terços da Câmara, que os republicanos controlam por uma estreita maioria de 222 a 213 deputados.

    O presidente da Câmara, Mike Johnson, disse que os líderes do partido não dirão aos republicanos como votar, porque alguns acreditam que ele não deve ser expulso antes que o processo criminal seja concluído.

    “Pessoalmente, tenho reservas reais em fazer isso. Estou preocupado com um precedente que possa ser aberto”, ponderou Johnson em entrevista coletiva.

    Ele afirmou no início do dia que a votação ocorreria nesta quinta-feira (29), mas assessores republicanos, falando sob condição de anonimato, disseram mais tarde que a votação será realizada na sexta-feira.

    O distrito que George Santos representa, que inclui uma pequena fatia da cidade de Nova York e alguns dos seus subúrbios a leste, é visto como competitivo.

    O Comitê de Ética bipartidário divulgou em 16 de novembro um relatório sobre as alegações de que Santos cometeu fraude no financiamento de campanha.

    Foi documentado um padrão de má contabilidade e uso indevido de fundos de campanha tão generalizado que a sua eleição “pôs em causa a integridade da Câmara”, segundo o relatório.

    Santos já se declarou inocente das acusações federais feitas por promotores de Nova York de lavagem de fundos de campanha para pagar despesas pessoais e cobrança de cartões de crédito de doadores sem permissão, entre outras violações de financiamento de campanha.

    Santos não respondeu a um pedido de comentário da CNN nesta quarta-feira (29).

    Santos diz que não renunciará

    O republicano anunciou após a divulgação do relatório que não concorreria à reeleição em 2024, mas se recusou a renunciar ao cargo antes disso.

    O Comitê de Ética pontuou que encaminhou mais “conduta não acusada [criminalmente] e ilegal” ao Departamento de Justiça para possível processo criminal.

    Isso inclui novas evidências de empréstimos falsos relatados pela campanha de Santos para o Congresso dos EUA em 2020 — na qual não foi eleito –, reembolsos indevidos de empréstimos e “erros sistêmicos de relatórios” tanto na campanha de 2020 quanto na de 2022.

    O relatório também detalhou gastos extravagantes, e possivelmente ilegais, de dinheiro de campanha, incluindo milhares de dólares em botox, marcas de luxo como Hermes e “compras menores” no OnlyFans, um site de conteúdo sexual.

    VÍDEO — George Santos não tentará reeleição após Comitê apontar evidência de fraudes nos EUA

    Uma outra votação para expulsar Santos, feita em 1° de novembro, fracassou, porque os republicanos precisam da cadeira do colega para manter sua estreita maioria na Câmara, o que permite ao partido bloquear grande parte da agenda legislativa do presidente democrata Joe Biden.

    Mas não está claro se Santos receberá o mesmo apoio pela segunda vez. Vários dos 182 republicanos que votaram contra a expulsão afirmaram que não fariam o mesmo novamente.

    Os escândalos de George Santos apareceram pela primeira vez quando os meios de comunicação revelaram que ele havia forjado quase todos os aspectos de sua história pessoal e profissional, incluindo sobre ter trabalhado na Goldman Sachs e no Citibank e ter se formado na Universidade de Nova York.

    As reportagens fizeram com que ele fosse evitado por muitos de seus colegas na Câmara, além de terem feito dele alvo frequente de piadas de comediantes de TV.

    Desde então, Santos admitiu ter falsificado grande parte de seu currículo.

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