Parlamento russo aprova projeto de lei que impõe prisão por notícias falsas sobre seu Exército
Projeto vai se tornar lei assim que o presidente Vladimir Putin assinar, como está sendo esperado
A câmara alta do Parlamento russo aprovou nesta sexta-feira (4) um projeto de lei que impõe pena de prisão de até 15 anos para pessoas que divulgarem intencionalmente informações “falsas” sobre as Forças Armadas da Rússia, informou a agência de notícias TASS.
O projeto vai se tornar lei assim que o presidente Vladimir Putin assinar, como esperado, de acordo com a agência. Moscou afirma que está lutando contra o que considera uma guerra de informação com o Ocidente sobre o conflito na Ucrânia.
As forças da Rússia avançam sobre a Ucrânia desde a semana passada, em meio a tentativas de negociação para um possível cessar-fogo. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), a invasão já deixou mais de 220 mortos e 1 milhão de refugiados. Os russos já dominam territórios do leste e do sul da Ucrânia e mantêm como principais alvos a capital Kiev e a segunda maior cidade do país, Kharkiv.
Com armas fornecidas pelos Estados Unidos e por países europeus, as forças ucranianas tentam resistir à ofensiva russa. A comunidade internacional também intensificou as reações e sanções econômicas contra a Rússia em uma tentativa de conter o conflito. A Assembleia-Geral da ONU, com o voto brasileiro, aprovou resolução condenando a invasão.
Nesta sexta-feira (4), as forças russas tomaram a usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia. As tropas da Rússia estão próximas da capital, Kiev.
A tomada do controle da usina, a maior de energia nuclear da Europa, aconteceu após um incêndio que durou quatro horas num prédio de treinamento do lado de fora do complexo do reator principal. O Serviço de Emergência da Ucrânia conseguiu controlar o fogo às 6h20 no horário local (1h20 no horário de Brasília). Os níveis de radioatividade não foram alterados, segundo informação do órgão regulador ucraniano repassada à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou as forças russas de atacarem intencionalmente a usina nuclear e pediu aos líderes mundiais que detenham as forças russas “antes que isso se torne um desastre nuclear”.
Em 1986, a Ucrânia viveu o catastrófico acidente nuclear ocorrido na usina de Chernobyl.