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    Brasileiros seguem aguardando abertura da fronteira de Rafah após ataques a hospitais em Gaza

    Embaixador Alessandro Candeas, representante do Brasil à Palestina, afirmou à CNN o pré-requisito para a abertura da fronteira é a passagem de um comboio de ambulâncias com feridos

    Da CNN

    Os 34 brasileiros e familiares que estão na Faixa de Gaza continuam aguardando, neste sábado (11), a saída do local pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

    O embaixador Alessandro Candeas, representante do Brasil à Palestina, afirmou à CNN o pré-requisito para a abertura da fronteira para o deslocamento dos estrangeiros contemplados com autorização para deixar o território palestino é a passagem de um comboio de ambulâncias com feridos, que têm prioridade na fila para cruzar a passagem.

    A logística de deslocamento das ambulâncias, porém, foi prejudicada após bombardeios em grandes centros de saúde palestinos.

    “Não há perspectiva para deslocamento desses veículos, pois há hospitais cercados e atacados, sem possibilidade de transferência de feridos do Norte para o Sul da Faixa”, explicou o embaixador.

    Como deve ser o retorno ao Brasil

    O grupo aguarda a liberação para cruzar a fronteira e, assim que chegarem no território egípcio, eles farão um trajeto de cerca de 55 km por via terrestre até chegar ao aeroporto de Al-Arish, no Egito.

    Lá, uma aeronave da Presidência da República – com médico, enfermeiro e um psicólogo da Força Aérea Brasileira (FAB) – os espera os para partirem ao Brasil.

    Brasil tem outro grupo de 40 pessoas à espera para sair de Gaza

    Além dos 34 brasileiros e familiares já autorizados a deixar a Faixa de Gaza, há um segundo grupo de cerca de 40 pessoas na região à espera de serem incluídas em uma próxima lista para cruzar a passagem de Rafah.

    A informação foi confirmada à CNN por integrantes do alto escalão do Itamaraty na sexta-feira (10).

    Trata-se de brasileiros e parentes próximos que demonstraram interesse na repatriação após a escalada do conflito e da crise humanitária. Portanto, depois do envio de documentos deste grupo inicial de 34 pessoas que solicitou a saída de Gaza logos nos primeiros dias da guerra em outubro.

    Segundo apurou a CNN, este segundo grupo não pode ser incluído na lista de brasileiros autorizados a deixar Rafah, porque as autoridades envolvidas nas tratativas – Israel e Egito – não estão recebendo novos pedidos de saída neste momento.

    Em caráter reservado, integrantes do Itamaraty reforçam que a prioridade absoluta agora é garantir a saída dos 34 brasileiros, cujos nomes foram incluídos na lista de estrangeiros na noite de quinta-feira (9). O grupo chegou a ser levado para a fronteira, mas a passagem de Rafah foi fechada novamente.

    À CNN, diplomatas justificaram que o segundo grupo ficou de fora da primeira relação porque não se decidiram a tempo se queriam deixar Gaza.

    Ataques a hospitais

    Os militares israelenses afirmaram que um projétil lançado de dentro da Faixa de Gaza teria falhado e atingido o hospital al-Shifa, o maior da região palestina, na sexta-feira.

    “Hoje cedo, as FDI [Forças de Defesa de Israel] receberam relatos de um ataque ao Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza. O escritório de mídia administrado pelo Hamas na Faixa de Gaza alegou imediatamente que este foi um ataque realizado pelas FDI”, disse o porta-voz das FDI, tenente-coronel Richard Hecht, em nota enviada à CNN.

    As FDI disseram que um exame dos seus sistemas operacionais indicou que “um projétil falhado lançado por organizações terroristas dentro da Faixa de Gaza atingiu o Hospital al-Shifa”.

    Os Médicos Sem Fronteiras afirmam ter perdido contato com sua equipe do Hospital al-Shifa.

    “Nas últimas horas, os ataques contra o Hospital al-Shifa intensificaram-se dramaticamente. A equipe [dos Médicos Sem Fronteiras] do hospital relatou uma situação catastrófica lá dentro”, disse o grupo humanitário em uma postagem no X, antigo Twitter, às 3h43 (horário de Gaza), na sexta-feira.

    O grupo disse estar extremamente preocupado com a segurança dos funcionários e pacientes do Hospital al-Shifa, alguns dos quais estavam em estado crítico e incapazes de se mover ou evacuar.

    “Há um paciente que precisa de cirurgia. Há um paciente que já está dormindo em nosso departamento. Não podemos nos evacuar e [deixar] essas pessoas lá dentro. Como médico, juro ajudar as pessoas que precisam de ajuda”, disse Mohammed Obeid, cirurgião do hospital.

    No norte de Gaza, Mustafa al-Kahlout, que dirige o hospital Al Nasr e o hospital pediátrico Al Rantisi, disse à CNN que eles estavam cercados por tanques e pediu ajuda à Cruz Vermelha para evacuar o local, também na sexta-feira.

    Veja também – Brasileiro em Gaza quer será repatriado: Estou feliz e triste ao mesmo tempo

    (Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Jussara Soares, da CNN, em Brasília)

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