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    Brasileiros que vivem em barracas se unem a protesto contra preço de moradia em Portugal

    Desde o aumento do turismo, preços dos aluguéis e das casas estão em alta em um dos países mais pobres da Europa Ocidental

    Protesto pelo direito à habitação acessível em Lisboa
    Protesto pelo direito à habitação acessível em Lisboa FOTO DE ARQUIVO: Um homem carrega um cartaz enquanto pessoas se manifestam pelo direito à habitação acessível em Lisboa, Portugal, 1 de abril de 2023. REUTERS/Pedro Nunes/Foto de arquivo

    Miguel Pereirada Reuters

    Por Miguel Pereira e Catarina Demony, da Reuters

    Márcia Leandro se mudou do Brasil para Portugal há seis meses com um objetivo: se graduar como chef de cozinha. No entanto, a crise imobiliária de Portugal atrapalhou os seus sonhos e a forçou a viver em uma barraca.

    Márcia, que tem 43 anos, e Andreia Costa, sua vizinha em um acampamento improvisado em um terreno baldio nos arredores de Lisboa, marcharam ao lado de milhares de portugueses neste sábado (30) em um protesto contra o aumento dos aluguéis e dos preços das casas.

    Os valores são alimentados pela crescente gentrificação (processo de transformação de áreas urbanas que leva ao encarecimento do custo de vida) e pelo turismo recorde.

    Portugal é um dos países mais pobres da Europa Ocidental, com um salário médio mensal de cerca de 1.200 euros (R$ 6.400).

    Um aumento de 65% nos aluguéis imobiliários em Lisboa desde o início do aumento do turismo em 2015 tornou os apartamentos inacessíveis para muitas pessoas. Os preços de venda dispararam 137% nesse período, segundo os especialistas em dados habitacionais Confidencial Imobiliário.

    Os imigrantes e outros trabalhadores precários são particularmente vulneráveis. Os brasileiros, que representam 40% da comunidade imigrante de Portugal, ganham em média 20% menos que os portugueses, segundo o Observatório das Migrações. Muitos recebem menos do que o salário mínimo mensal oficial, de 760 euros (R$ 4.058).

    Veja também: França é processada por discriminação racial da polícia