Brasileiros que serão repatriados não têm ligação com Hamas, diz secretário de Justiça à CNN
Augusto de Arruda Botelho explicou situação dos 34 brasileiros e familiares que chegarão ao país; com fechamento da fronteira de Rafah, eles continuam em Gaza
O governo federal fez uma checagem dos 34 brasileiros e familiares a serem retirados da Faixa de Gaza e concluiu que eles não têm ligações com o grupo radical islâmico Hamas, disse à CNN o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, nesta sexta-feira (10).
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou ter a garantia das autoridades de Israel de que os cidadãos voltarão ao Brasil. Após o fechamento temporário da fronteira de Rafah, por volta das 11h (horário de Brasília), eles tiveram de permanecer na região.
Repatriação
Além das pessoas que serão abrigadas por familiares no Brasil, a lista inclui indivíduos que não têm mais vínculos no país — ou seja, haviam se estabelecido completamente no território onde estavam.
O secretário esclareceu que, após uma passagem por Brasília, eles serão “encaminhados para um abrigo no interior de São Paulo”. Por razões de segurança, esse local não pode ser divulgado. “Fato concreto é que o governo não poupará esforços para um acolhimento digno desses cidadãos”, concluiu.
Palestinos no grupo
Botelho disse que o governo federal está “preparado para solicitações de refúgio” por parte dos nove palestinos que estarão na aeronave.
A Secretaria Nacional de Justiça, pasta que chefia, é responsável pelo atendimento dessas solicitações e definição da situação de estrangeiros no país.
Veja também: Israel não está impedindo brasileiros de deixar Gaza, diz à CNN embaixador do país
Atuação de Bolsonaro
À CNN, Jair Bolsonaro (PL) relatou que conversou com Yossi Shelley, um dos assessores do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e disse ter pedido apoio ao governo de Israel pela libertação de brasileiros. O ex-presidente também se encontrou com o embaixador Daniel Zonshine.
Para o secretário, “manifestações do governo anterior sobre participação direta ou indireta nisso [na repatriação] são risíveis”. Botelho acrescentou que o tema “não deve ser politizado”: “O momento é de acolhimento dessas pessoas”.