Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Brasileiras presas na Alemanha descrevem ambiente “desesperador”, diz advogada

    Jeanne Paolini e Kátyna Baía foram presas em Frankfurt após terem as malas trocadas por drogas por criminosos dentro do Aeroporto Internacional de São Paulo

    Bárbara BrambilaMarcia Barrosda CNN , em São Paulo

    As duas brasileiras que foram presas em Frankfurt descreveram o ambiente que estão como “desesperador”, segundo informou a advogada Luna Provázio Lara de Almeida, que representa Jeanne Paolini e Kátyna Baía no caso.

    “Elas falam que é desesperador ficarem presas na cela, porque é uma cela pequena, bastante fechada. Elas não estão bem de saúde física e mental. Estão sofrendo muito”, explicou a defensora à CNN.

    A veterinária Jeanne e sua esposa, a empresária Kátyna, foram presas após terem as malas trocadas por drogas por criminosos dentro do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

    A advogada afirmou ainda que suas clientes tinham a expectativa de um processo “muito mais rápido para provar a inocência delas”. Além disso, ela trouxe o relato das brasileiras sobre como tem sido a convivência com as outras presas no local.

    “Elas falam que as presas que estão com elas são assassinas, suspeitas de crimes de assassinato ou tráfico, tem de tudo e elas se sentem ameaçadas de estar convivendo com pessoas perigosas”.

    Com relação à cooperação das autoridades, a advogada descreve a justiça alemã como “rigorosa”.

    “No âmbito do Brasil, de suporte estamos bem atendidos. No âmbito lá da Alemanha, a impressão é que o juiz e o promotor do caso sabem da importância da situação, estão por dentro, mas infelizmente são mais burocráticos e rígidos”, disse Lara de Almeida.

    Na quarta-feira (5), a Justiça da Alemanha começou o trâmite para analisar a soltura das duas brasileiras.

    A advogada informou, na ocasião, que o juiz e o Ministério Público alemães afirmaram que tiveram acesso ao inquérito policial emitido pela Polícia Federal com as fotos, mas ainda não tiveram acesso aos vídeos.

    Ainda segundo a defesa das brasileiras, as autoridades alemãs querem ter acesso às provas através do Ministro da Justiça do Brasil e do Itamaraty, que é o responsável no Executivo para envio de documentação relacionados a presos em outros países. Até lá, as duas brasileiras permanecerão detidas.

    Relembre o caso

    Polícia Federal deflagrou na terça-feira (4) a Operação Iraúna para combater o tráfico internacional de drogas por meio de troca de bagagens em aeroportos. Em São Paulo os policiais federais cumpriram 6 mandados judiciais de prisão temporária contra funcionários de empresas terceirizadas que trabalham dentro do aeroporto para as companhias aéreas.

    As investigações apontam que o grupo criminoso enviou 40 kg de cocaína para a Alemanha através de troca de bagagens. Na ação, o grupo criminoso retirava etiquetas da bagagem despachada e as colocava em malas contendo drogas.

    O grupo ainda se dividia da seguinte forma: alguns trocavam as etiquetas e tiravam fotos das malas. A outra parte fazia o transporte da bagagem do terminal doméstico para o internacional.

    A investigação começou em março deste ano, quando duas passageiras de Goiânia (GO) tiveram suas bagagens trocadas e foram presas por tráfico internacional de drogas em Frankfurt, na Alemanha, após o desembarque de um voo que havia saído do Brasil.

    Segundo a apuração, as bagagens tinham sido despachadas no Aeroporto Santa Genoveva em Goiânia e tiveram etiquetas trocadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).

    Segundo a PF, as passageiras negaram o crime de tráfico de drogas, mas ainda estão presas em Frankfurt. A polícia brasileira aponta, no entanto, uma série de evidências que comprovam que não há envolvimento das brasileiras com o transporte ilegal, pois não correspondem ao padrão usual das chamadas “mulas do tráfico”.

    A Polícia Federal diz que as autoridades já estão tratando da soltura das duas brasileiras presas na Alemanha, via Embaixada do país em Berlim. A PF espera que elas sejam soltas o mais breve possível após as prisões dos responsáveis, na terça (4).

    *publicado por Pedro Zanatta, da CNN.

    Tópicos