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    Brasileira relata cotidiano em meio à escalada da violência no Líbano

    Carla Mussallam vive há 27 anos no país e descreve tensão e incerteza em meio a nova ofensiva israelense

    Brunna Bitencourt*da CNN

    Nas últimas três semanas, moradores de Beirute e dos arredores têm relatado o desafio de manter a vida cotidiana em meio ao aumento da incursão israelense no Líbano. A nova ofensiva de Israel contra o grupo libanês Hezbollah já deixou centenas de mortos, além de um rastro de destruição de prédios, residências e ruas do país.

    Em entrevista à CNN, Carla Mussallam, brasileira que vive no Líbano há 27 anos, falou da tensão e do medo nos últimos dias e como isso tem afetado o seu cotidiano e o de milhares de libaneses. Carla ainda contou como é viver no país em meio a escalada de violência.

    “Daqui a pouco, (o exército de Israel) não vai ter mais um alvo. Vai ser qualquer um”, afirma.

    Morando a 17 km da capital do Líbano, Beirute, Carla relata que desde a última quinta-feira (26) os bombardeiros e som dos aviões israelenses têm ficado cada vez mais constantes.

    Apesar da crise, a brasileira afirma que, por enquanto, não há falta de comida nos supermercados, mas que em algumas regiões a alta demanda tem causado demora na reposição de produtos nas prateleiras.

     

    Ela relata, ainda, ter entrado em contato com o Itamaraty para se inscrever na lista de espera à missão de repatriação aos cidadãos que estão no Líbano. E a própria comunidade brasileira tem se mobilizado através nas redes sociais para dar apoio mútuo e divulgar notícias sobre o conflito.

    “Lógico que todo mundo está tenso, porque não sabe o que vai acontecer”.

    A brasileira ainda disse que por enquanto não pretende sair do Líbano, mas que está se preparando caso a situação piore, inclusive procurando a documentação para sua cachorra, Laika, caso ela precise ir embora.

    Essa não é a primeira vez que Carla passa por uma situação semelhante.

    Em 2006, durante a última guerra entre Israel e o Hezbollah, ela precisou fugir do Líbano e voltar ao Brasil.

    “Foi uma das piores situações que eu já passei”.

    A jornada começou com uma travessia terrestre entre o Líbano e a Síria. Ela passou ainda pela Turquia e só então, chegou ao Brasil, onde viveu por dois meses antes de voltar ao Líbano.

    Deslocamentos forçados

    Os ataques das Forças de Defesa de Israel destruíram partes do Sul do Líbano e da capital, Beirute. Milhares de libaneses abandonaram as suas casas em meio ao conflito.

    O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o Acnur, informou que mais de 118 mil pessoas foram forçadas a se deslocar desde o último dia 23.

    Junto ao Acnur, o governo do Líbano e outras organizações humanitárias têm montado abrigo improvisados em escolas aos civis que fugiram dos bombardeios.

    Ainda assim, não há vagas para toda a população, que agora passou a ocupar, também, as ruas das grandes cidades do país.

    (*Sob supervisão de Salvador Strano) 

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