Brasil tomou posição oficial ao apoiar resolução da ONU, diz autoridade da Ucrânia
Encarregado de negócios ucranianos no Brasil, Anatoliy Tkach, concedeu coletiva de imprensa neste sábado para dar informações sobre a situação da guerra no país
O encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil concedeu, na manhã deste sábado (26), uma entrevista coletiva para dar mais informações sobre a situação do país em meio a invasão russa.
Na avaliação de Anatoliy Tkach, encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, ao votar a favor da resolução que condena a invasão russa e pede a retirada imediata das tropas do território ucraniano, o governo brasileiro tomou uma posição oficial.
“O Brasil já expressou sua posição ontem durante o Conselho de Segurança da ONU. Apoiou a resolução que mencionei que condena a Rússia e solicita a retirada das tropas do território da Ucrânia. Esse posicionamento já é uma posição oficial do Brasil”, disse Tkach.
A declaração foi dada em uma entrevista coletiva concedida na embaixada da Ucrânia no Brasil.
Nesta mesma entrevista, o encarregado de negócios confirmou que, segundo o Ministério da Saúde ucraniano, mais de 3.500 soldados russos foram mortos na Ucrânia.
Anatoliy Tkach também falou sobre a necessidade ucraniana de doação de alimentos, armas e gasolina.
A autoridade da Ucrânia no Brasil confirmou que áreas civis estão sendo atacadas na capital Kiev.
“As áreas civis estão sendo atingidas, estamos pensando que é o propósito, para semear o pânico entre a população civil”, disse Anatoliy.
Batalha se intensifica
A batalha pelo controle de Kiev, capital da Ucrânia, se intensifica ao longo deste sábado (26). Os combates se espalham pelas ruas, e explosões e tiros foram ouvidos durante a madrugada, enquanto as tropas russas avançavam sobre a cidade.
De acordo o prefeito da capital Kiev, Vitaliy Klitschko, um prédio residencial de mais de 20 andares foi atingido por um míssil. As equipes de emergência se dirigiram ao local. Não há informações de vítimas .
Equipes da CNN norte-americana na capital ucraniana relatam fortes explosões a oeste e sul de Kiev na manhã deste sábado. O céu, ainda escuro, iluminou-se com uma série de clarões no horizonte.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado que a capital Kiev está sob controle da Ucrânia. “Nós resistimos e estamos repelindo com sucesso os ataques inimigos. A luta continua”, disse ele em uma mensagem pelas redes sociais.
De acordo com o governo ucraniano, um tanque e aeronaves do exército russo foram destruídas no combate desta madrugada. O Estado-maior das forças armadas informou que havia também ataques em outras cidades.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).
O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
* Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN