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    Brasil se posiciona contra expulsão da Rússia de Conselho de Direitos Humanos da ONU

    Fontes do governo dizem que Brasil tem defendido que seja aprovada uma resolução na área de direitos humanos, mas algo que siga a linha das manifestações da diplomacia brasileira na sede da ONU

    Caio Junqueirada CNN

    O Brasil tem se posicionado contra a sugestão dos Estados Unidos de expulsar a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU, afirmaram hoje à CNN fontes do governo na área.

    O debate está previsto para ocorrer nesta quinta-feira (3) no conselho, que fica sediado em Genebra, na Suíça. A reunião foi pedida pela delegação da Ucrânia e foi acatada pela maioria dos países, Brasil inclusive. O Conselho de Direitos Humanos é formado por 47 países eleitos com mandato de três anos. O Brasil atualmente tem assento nele.

    Nesta terça-feira (1), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, discursou no conselho. Ele condenou os abusos dos direitos humanos da Rússia, as violações do direito internacional humanitário ao realizar seu ataque à Ucrânia e apresentou a ideia de expulsar a Rússia do colegiado.

    Desde então, o Brasil tem se manifestado contrário a essa postura, considerada extrema e contraproducente por fontes do governo. Em linhas gerais, o Brasil tem defendido que seja aprovada uma resolução nesta área de direitos humanos, mas algo que seja equilibrado e siga a linha das manifestações da diplomacia brasileira na sede da ONU, em Nova York.

    Até agora o Brasil acompanhou a maioria dos países e aprovou resoluções que condenam a Rússia. No entanto, ao mesmo tempo, a diplomacia brasileira tem manifestado, por via do seu embaixador na ONU, Ronaldo Costa Filho, posições críticas também ao Ocidente no conflito.

    Nesta quarta-feira, por exemplo, o embaixador disse, após aprovação da resolução, que o documento “é apenas um primeiro passo para alcançar a paz”, que “a paz sustentável precisa de passos adicionais” e que “é lamentável que o papel de apoio que as Nações Unidas podem e devem desempenhar tenha sido deixado de lado na ânsia de apontar o dedo” e que “o caminho para a paz requer um trabalho abrangente sobre as preocupações de segurança das partes”.

    O embaixador também condenou um trecho da resolução que condena a Rússia por aumentar a disponibilidade de suas forças nucleares. Disse o embaixador: “não é construtivo, neste momento repleto de perigos, nesta resolução em particular, comentar as medidas militares adotadas por qualquer potência nuclear específica, seja a Federação Russa ou os membros da OTAN”.

    Além do debate em Genebra, está previsto para ocorrer nos próximos dias um debate sobre um novo projeto de resolução de viés humanitário no Conselho de Segurança da ONU. Ele foi apresentado pela França e pelo México e o Brasil tem operado também nesta negociação com o objetivo de moderar o texto.

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