Brasil pode viabilizar solução humanitária na ONU, diz secretário do Itamaraty à CNN
Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participará de Conselho de Segurança na próxima sexta-feira (13)
O Brasil pode viabilizar uma solução humanitária para o conflito em Israel, no âmbito de sua presidência no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o chefe da Secretaria de África e Oriente Médio do Itamaraty, embaixador Carlos Duarte, em entrevista à CNN, nesta quarta-feira (11).
“O Brasil tem a vantagem de ser um interlocutor válido com um grande número de países. O Brasil tem relações amistosas com Israel e com a Palestina, e isso nos dá uma capacidade de diálogo muito significativa”, disse Duarte.
“Neste momento, ainda mais o Brasil estando na presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil não só convocou uma reunião de emergência, para o domingo passado, como continua engajado em consultas para ver quais seriam os consensos possíveis neste momento”.
Para ele, que acredita que iniciativas sobre a questão humanitária já podem ser tomadas, “diversas organizações, como a ONU, a OMS e também o Programa Mundial de Alimentos já vem apontando a necessidade de uma ação humanitária, para aliviar a situação atual na Faixa de Gaza”. “O Brasil pode atuar como presidente e também em sua capacidade nacional, para viabilizar algum tipo de solução na vertente humanitária”, prosseguiu.
O objetivo mais adiante seria o de retomar o processo de paz, que se encontra, em grande medida, estancado. E, depois desses acontecimentos, seria o grande ponto a se recuperar.
Carlos Duarte
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, adiou sua visita às Filipinas e viaja a Nova York nesta quinta-feira (12).
Vieira irá participar de reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que acontece na próxima sexta-feira (13), para tratar “da situação na Faixa de Gaza“.
“A reunião provavelmente terá um enfoque muito específico em relação às condições, hoje, em Gaza. E, principalmente, no aspecto humanitário. A situação de conflagração está gerando uma necessidade de medidas humanitárias. É preciso tratar disso”, explicou Duarte.
Sem declaração final
No dia seguinte ao ataque surpresa do Hamas, ocorreu a primeira reunião convocada pelo Brasil. O encontro, a portas fechadas, terminou sem uma declaração final.
Na ocasião, o embaixador brasileiro na ONU, Sérgio Danese, explicou à CNN que o intuito principal da reunião era de expor a situação atual de Israel aos integrantes do Conselho de Segurança.
Mas já havia uma previsão de que não haveria consenso entre os embaixadores sobre as medidas que a organização deveria tomar.
Após a primeira reunião, o embaixador dos Estados Unidos na ONU, Robert Wood, afirmou a jornalistas que muitos condenaram os ataques do Hamas e a invasão do território israelense, mas que “obviamente, não todos” fizeram isso.
Mês na presidência
Quando assumiu a presidência do conselho, em 1º de outubro, não havia reuniões previstas sobre outra guerra em andamento, a da Ucrânia. O conflito em Israel começou no último dia 7, com um ataque do grupo radical islâmico Hamas.
Antes do início do ataque a Israel, a situação na Palestina já seria tema de um debate, previsto para o dia 24 de outubro, com participação de Mauro Vieira.
Veja a situação da Faixa de Gaza após os ataques de Israel
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