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    “Brasil não é candidato a mediador nesse conflito, mas inspira respeito”, diz ex-embaixador brasileiro em Israel

    Brasileiros foram um dos primeiros a reconhecerem Estado de Israel, já as relações com a Palestina foram estabelecidas em 1975

    Luciana AmaralGabriel Garciada CNN , Em Brasília

    A diplomacia brasileira é reconhecida internacionalmente pelo pragmatismo. Hoje, o Brasil defende a existência de dois estados soberanos e independentes: o de Israel, criado em 1948, e o da Palestina, que ainda busca a soberania e reconhecimento internacional.

    O Itamaraty procura sempre manter bons laços diplomáticos com ambos os lados e obedecer às resoluções da Organização das Nações Unidas.

    O diplomata Sérgio Eduardo Moreira Lima, que foi embaixador do Brasil em Israel e na Palestina, considera que o Brasil tem um legado pela solução pacífica de conflitos. Mesmo assim, ele reforça que o país não é necessariamente um mediador natural do conflito entre Israel e Palestina.

    Vídeo: Histórico do Brasil é de apoio a Israel e palestinos

    “O Brasil não é candidato a ser mediador nesse conflito, mas inspira respeito. O Brasil tem compromisso com o direito internacional. Nem todos os países negociaram suas fronteiras dessa maneira. Tem uma enorme credibilidade internacional e credenciais muito fortes”.

    Um marco importante da política externa brasileira foi quando o diplomata gaúcho Oswaldo Aranha presidiu a assembleia geral da ONU que decidiu, em 1947, pela partilha da palestina entre um Estado judeu e outro árabe.

    Segundo Moreira Lima, o nome de Oswaldo Aranha é, até hoje, lembrado pelos israelenses. “Lá existem edifícios e ruas com o nome de Oswaldo Aranha. Ele contribuiu para esse marco inaugural da presença brasileira em Israel”.

    O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel, já as relações com a Palestina foram estabelecidas em 1975.

    Uma tentativa de guinada de rumo aconteceu no governo de Jair Bolsonaro (PL), com a ideia de mudar a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. O ex-presidente acabou recuando após pressões de vários setores, como do agronegócio.

    Neste terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil voltou a ter um posicionamento mais firme em prol da existência dos dois Estados. O Itamaraty condenou os ataques do Hamas a Israel e pede a retomada das negociações de paz.

    A polarização da situação já chegou ao Congresso Nacional. A base governista vai na direção de defender a existência de dois Estados independentes, Israel e Palestina, como é o posicionamento histórico do Brasil, enquanto os deputados de oposição costumam focar mais na causa israelense.

    O deputado Coronel Telhada (PP-SP), de oposição ao governo Lula, cobra uma condenação mais enfática do presidente e de deputados da esquerda contra o Hamas. “Se fosse uma guerra convencional entre Palestina e Israel, até entenderia tentar ter um lado ou chegar num acordo. Nesse caso não é uma guerra convencional, é um ataque terrorista”.

    A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), da base governista, ressalta a morte de civis inocentes de ambos os lados e afirma que o parlamento deve se concentrar em defender um cessar-fogo. “É importante que possamos construir uma posição de paz, cessar-fogo e respeito aos dois Estados”.

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