Brasil não descarta apresentar nova resolução na ONU contra guerra Israel-Hamas, dizem fontes
Avaliação de integrantes do governo é de que o placar de doze votos favoráveis e apenas um veto contra foi expressivo
Apesar do veto imposto pelos Estados Unidos contra a proposta do Brasil para reduzir a hostilidade do conflito Israel-Hamas, o governo brasileiro não descarta fazer uma segunda tentativa no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e apresentar uma nova resolução.
De acordo com fontes do Itamaraty, o Brasil pode levar uma nova proposta ao conselho. Mas irá avaliar os desdobramentos, o que inclui a reação de outros países, antes de adotar novos movimentos neste sentido.
Na avaliação de integrantes do governo, o placar de doze votos favoráveis e apenas um veto contra foi expressivo. Ao mesmo tempo, expôs a posição isolada dos Estados Unidos, que agora assumiriam um custo político maior pelos próximos capítulos da guerra.
Da primeira vez em que o Conselho se reuniu para falar sobre o conflito, em 8 de outubro, a reunião foi encerrada sem consenso a respeito de uma declaração contra a guerra. A avaliação de momento é a de que o resultado desta quarta-feira deu um passo mais significativo na busca de uma decisão, sem vetos.
A proposta brasileira defendia a abertura de corredores diplomáticos e condenava os ataques do Hamas a Israel. Para os Estados Unidos, faltou citar o direito de autodefesa de Israel, o que levou a embaixadora Linda Thomas Greenfield, representante americana no Conselho, a dizer que havia desapontamento com o texto proposto pelo Brasil.
Da última vez que a embaixadora Thomas Greenfield utilizou a palavra “desapontada” para falar da avaliação dos EUA sobre algo que tenha origem no Brasil foi em maio, quando ela esteve em visita ao país, e disse ser essa a sensação americana ao saber das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pró-Rússia no conflito com Ucrânia.
Naquela situação, os Estados Unidos esperavam tom de neutralidade do Brasil. No caso de Israel-Hamas, a diferença é que os americanos declararam que veem os ataques de Israel a Hamas como sinônimo de autodefesa.
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