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    Brasil e Alemanha assinam acordo para cooperação energética

    Parceria, sem investimentos, prevê criação de comitê misto e foi assinada por Haddad e ministro de Ação Climática alemão

    Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil, e Christian Lindner, ministro das Finanças da Alemanha
    Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil, e Christian Lindner, ministro das Finanças da Alemanha Reprodução/Twitter Fernando Haddad

    Priscila Yazbekda CNN

    em Berlim, Alemanha

    Os governos do Brasil e da Alemanha assinaram, nesta segunda-feira (4), um acordo de cooperação na área de energia, com foco na transição ecológica, conforme antecipado pela CNN.

    Uma declaração conjunta foi assinada pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad (PT), e pelo ministro dos Assuntos Econômicos e de Ação Climática alemão, Robert Habeck, durante viagem da comitiva brasileira a Berlim.

    O acordo prevê a criação de um comitê misto entre Brasil e Alemanha para transformação ecológica, que terá representantes designados por ambos os países e fará reuniões periódicas nas duas nações.

    Ao assinar a cooperação, os dois países concordaram em promover mudanças nas suas matrizes energéticas.

    O acordo tem como objetivo traçar estratégias para que as duas nações se adequem à Agenda 2030, o plano da ONU com diretrizes para promover a sustentabilidade, e ao Acordo de Paris, que visa evitar que o aquecimento global passe de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.

    A parceria prevê troca de informações e apoio mútuo para mudanças dentro do campo energético, além de estreitamento dos laços comerciais no setor.

    Na fase inicial do acordo, não há previsão de investimentos de ambas as partes. Mas os governos brasileiro e alemão vêm conversando sobre a possibilidade de o Brasil passar a exportar hidrogênio verde à Alemanha no futuro.

    Lula destaca agenda verde após aceno ao petróleo

    O anúncio da parceria ecológica deve contribuir para que o presidente Lula encerre a viagem que começou no Oriente Médio passando uma imagem de comprometimento com uma agenda verde e propositiva.

    Depois das visitas à Arábia Saudita, ao Catar e da confirmação de entrada na Opep+, que renderam críticas de grupos ambientalistas, o presidente amenizou o tom no seu último dia na COP28 em Dubai.

    Em Berlim, Lula deve buscar mostrar que preza pelo multilateralismo e conversa com todos os atores, mas está comprometido com o meio ambiente acima de tudo.

    A Alemanha é um dos países europeus com objetivos ambientais mais ambiciosos, com uma meta de descarbonização até 2050 e de reduzir as emissões de gases poluentes em 65% até 2030, em relação aos níveis de 1990.

    Porém, dificuldades econômicas e problemas orçamentários trazem algum ceticismo às metas do país — e também aos acordos que podem acontecer entre Brasil e Alemanha durante a viagem de Lula a Berlim.

    Fontes afirmam que, apesar da assinatura de diversos protocolos, os acordos podem ser fechados sem qualquer previsão de dinheiro na conta.