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    Brasil critica corte de financiamento à agência da ONU em Gaza após denúncias contra funcionários

    Estados Unidos, e pelo menos 12 dos seus aliados, retiraram doações após alegações de envolvimento no ataque do Hamas em 7 de Outubro,

    Caminhões de ajuda humanitária chegam a depósito da ONU no centro da Faixa de Gaza
    Caminhões de ajuda humanitária chegam a depósito da ONU no centro da Faixa de Gaza Mohammed Salem/Reuters (27.out.23)

    Léo Lopesda CNN

    em São Paulo

    O Brasil se manifestou contrário a decisão de alguns países que cortaram financiamento à agência da ONU em Gaza após denúncias de suposto envolvimento de um grupo de funcionários nos ataques terroristas do Hamas.

    Em comunicado publicado na noite desta quarta-feira (31), o Itamaraty informou que “acompanha com atenção o andamento a investigação interna da Organização das Nações Unidas”.

    “O Brasil confia em que as investigações, ora em curso, conduzidas pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna das Nações Unidas (OIOS), e que resultaram na demissão de funcionários da Agência, chegarão a bom termo”, acrescentou.

    Israel alegou que 13 funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) estavam associados ao ataque surpresa do último dia 7 de outubro.

    Após a denúncia, cerca de 15 financiadores da UNRWA, incluindo Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, anunciaram a suspensão das doações.

    O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pediu o fim da agência, que é o principal grupo de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

    Em nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro disse que essas denúncias não devem justificar a redução das contribuições dadas por países para o funcionamento da agência.

    O Itamaraty afirma que o congelamento do dinheiro “pode levar ao colapso das atividades da agência, em contexto de grave crise humanitária em Gaza”.

    O governo do Brasil ainda citou a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que é juridicamente vinculante para os países-membros da ONU, que aborda o “imperativo de garantir o acesso humanitário aos cidadãos de Gaza”.

    “A população civil palestina na região e os esforços de ajuda humanitária têm na UNRWA um ponto de apoio indispensável”, declarou o Itamaraty.

    “Desde 7 de outubro de 2023, a UNRWA realiza atendimento vital a mais de 1,4 milhão de pessoas na Faixa de Gaza. Cabe lembrar que 152 funcionários da Agência em Gaza foram mortos desde o início da ofensiva militar israelense em resposta aos atos terroristas do Hamas”, completou a nota.

    O comunicado concluiu reiterando a posição brasileira pedindo um cessar-fogo e a libertação dos reféns do Hamas detidos em Gaza.

    “O Brasil permanece comprometido com a defesa de um Estado palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.”