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    Brasil avalia acordo que empurra solução sobre Essequibo para depois das eleições na Venezuela

    Fontes avaliam que medida suspenderia temporariamente tensão na região e evitaria que Nicolás Maduro utilize a disputa como justificativa para que o pleito não ocorra

    Caio Junqueirada CNN , em São Paulo

    O Brasil avalia apresentar na mesa de negociações entre Guiana e Venezuela uma alternativa que adie uma solução definitiva sobre o território de Essequibo para depois das eleições na Venezuela.

    Segundo fontes da diplomacia brasileira, essa solução suspenderia temporariamente a tensão na região e evitaria que Nicolás Maduro utilize a questão sobre Essequibo como justificativa para que o pleito não ocorra.

    A leitura é de que, tirando o compromisso das eleições de Maduro, qualquer negociação após a votação tende a ser pacífica, pois elimina o componente de política interna venezuelana das negociações.

    O modelo que vem sendo falado no Itamaraty remete a 1970, quando houve um comum acordo para que não se voltasse a falar no assunto por um prazo de 12 anos.

    Não se admite agora um prazo tão amplo, mas que pelo menos a questão seja adiada e que, nesse período, a Venezuela realize eleições internas, uma demanda, inclusive, do Brasil e dos Estados Unidos.

    Diplomatas brasileiros com quem a CNN conversou apontam que dificilmente sairá um acordo na reunião desta quinta-feira (14), entre os presidentes da Guiana e da Venezuela.

    Do lado da Guiana, isso não deve ocorrer, porque o país não pretende fazer qualquer concessão, uma vez que Essequibo é essencial para a economia do país — antes, pelas reservas de ouro e diamante; hoje, pelo petróleo descoberto em 2015 em alto-mar.

    Do lado da Venezuela, porque Maduro tensionou de tal maneira com suas declarações que qualquer recuo agora não lhe interessaria.

    Nesse sentido, a ideia central da diplomacia brasileira é que a conversa seja um primeiro passo para um acordo futuro e que haja um calendário de negociações a partir de novas conversas bilaterais daqui em diante. A última vez que ambos trataram o assunto foi em 2018.

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