Boris Johnson esquece documento e não consegue votar em eleições do Reino Unido
As novas regras que exigem identificação com foto para votar foram introduzidas pelo governo conservador de Johnson na Lei Eleitoral de 2022
O ex-primeiro ministro britânico Boris Johnson foi afastado de uma seção de votação enquanto tentava votar nas eleições locais do Reino Unido. Ele esqueceu de levar um documento de identificação com fotografia – um requisito que ele mesmo introduziu quando era primeiro-ministro.
Os funcionários foram forçados a barrar o ex-primeiro-ministro enquanto ele tentava votar no sul de Oxfordshire, informou a agência de notícias PA.
Johnson voltou mais tarde com a identidade necessária e pôde votar.
As novas regras que exigem identificação com foto para votar foram introduzidas pelo governo conservador de Johnson na Lei Eleitoral de 2022.
A lei foi amplamente criticada quando foi introduzida. A Comissão Eleitoral do Reino Unido alertou em 2023 que a lei poderia excluir centenas de milhares de pessoas da votação e afetar particularmente os desempregados ou os membros de minorias étnicas.
Um relatório elaborado por um grupo multipartidário de membros do Parlamento alertou em março que milhões de eleitores corriam o risco de ser privados de direitos nas próximas eleições gerais devido ao sistema de registo eleitoral do país.
Ele disse que a exigência de identificação de eleitor “deixou indivíduos sem a identificação correta impedidos de votar e apenas uma série de formas de identificação sendo permitidas”.
Entre os que foram rejeitados nas assembleias de voto estava o veterano do exército Adam Diver, que disse ter ficado “destruído” quando não conseguiu votar, o seu cartão de identificação de veterano não foi aceito.
O ministro dos veteranos, Johnny Mercer, pediu desculpas a Diver.
“A legislação sobre formas aceitáveis de identificação foi publicada antes de as carteiras de identidade dos veteranos começarem a ser lançadas, em janeiro deste ano. Farei tudo o que puder para mudar isso antes do próximo”, disse Mercer.
Eleições locais foram realizadas em todo o país para mais de 100 conselhos e vários prefeitos na quinta-feira (2).
Com cerca de um terço dos resultados declarados, os conservadores perderam mais de 100 assentos nos conselhos locais e de um assento parlamentar.
Os resultados também significam que, se amanhã se realizassem eleições gerais, o Partido Trabalhista, da oposição, quase certamente ganharia o poder.
