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    Boris Johnson diz que não vai renunciar por escândalo de festas na quarentena

    Premiê britânico enfrenta pior crise de seu governo e sofre pressão conforme relatório final das investigações é encaminhado

    Reuters

    O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse nesta quarta-feira (26) que não renunciará após uma série de supostas festas em seu escritório e residência oficial em Downing Street durante o lockdown da Covid-19, mas concordou que os ministros que conscientemente enganam o Parlamento devem renunciar.

    Respondendo a perguntas no Parlamento, Johnson foi acusado pelo líder trabalhista da oposição Keir Starmer de mudar sua história em relação as reuniões. Quando questionado se ele renunciaria agora, Johnson negou.

    Johnson, que em 2019 ganhou a maior maioria conservadora em mais de 30 anos, está preparado para a publicação de uma investigação oficial sobre as alegações de que houve múltiplas festas com bebidas em Downing Street durante os lockdowns. Ele disse ao Parlamento que nenhuma regra foi quebrada.

    Não ficou imediatamente claro quando os resultados dessa investigação por parte da responsável pelo Gabinete, Sue Gray, seriam publicados, especialmente porque a polícia abriu sua própria investigação.

    Ele disse que não podia falar de investigações sobre as alegadas festas. Johnson disse que seu governo estava concentrado em impulsionar o crescimento econômico e liderar a resposta ocidental à crise da Ucrânia.

    Johnson deu uma variedade de explicações sobre os encontros: primeiro ele disse que nenhuma regra havia sido quebrada, mas depois pediu desculpas ao povo britânico pela aparente hipocrisia de tais reuniões.

    Ele negou uma alegação de que foi avisado de uma reunião com a convocatória “traga sua própria bebida” no dia 20 de maio de 2020, que ele diz ter primeiramente considerado ser um evento de trabalho.

    A ITV informou na segunda-feira que Johnson e sua agora esposa Carrie haviam participado de uma festa surpresa de até 30 pessoas para seu aniversário no Gabinete da Downing Street em junho de 2020, quando as reuniões internas foram proibidas.

    Premiê britânico, Boris Johnson, deixa residência oficial em Downing Street, em Londres / 12/01/2022 REUTERS/Paul Childs

    Cultura partidária

    Na terça-feira, a polícia britânica disse que havia aberto sua própria investigação sobre as festas durante o lockdown em Downing Street, aumentando a pressão sobre Johnson.

    Alguns de seus legisladores já exigiram sua renúncia, mas para desencadear um desafio de liderança, 54 dos 359 deputados conservadores no parlamento devem escrever cartas de desconfiança ao presidente do Comitê do partido.

    O número de cartas apresentadas é mantido em segredo até que as 54 sejam submetidas.

    A ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, que foi apontada como uma possível futura primeira-ministra caso Johnson fosse derrubada, disse que Downing Street ainda não havia recebido as conclusões do relatório Gray, mas que este sairia muito em breve.

    Perguntada sobre as alegações de que Johnson e sua equipe haviam festejado no coração do estado britânico enquanto pessoas comuns eram proibidas de se despedirem pessoalmente de seus parentes nos leitos de morte, Truss disse que alguns dos relatórios eram preocupantes.

    “Claramente precisa haver uma mudança na cultura”, disse Truss à BBC. “Precisamos obter os resultados do relatório, precisamos olhar para os resultados e consertar as questões que existem”.

    Perguntada se ela tinha ambições de liderança, Truss disse que Johnson, 57 anos, tinha feito um grande trabalho como primeiro-ministro entregando o Brexit e respondendo à pandemia da Covid-19. Truss disse que apoiava 100% Johnson.

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