Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Bombas de fragmentação podem fazer contraofensiva da Ucrânia avançar mais rápido, avalia professor

    Em entrevista à CNN, pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF) Vitelio Brustolin ponderou que esse tipo de armamento afetará vida de civis no pós-guerra com explosivos inativados espalhados pelo território

    Ana Beatriz DiasLéo Lopesda CNN

    São Paulo

    No final desta semana, a grande notícia relacionada à guerra da Ucrânia foi o anúncio dos Estados Unidos sobre o envio de bombas de fragmentação aos ucranianos.

    Esse tipo de munição, que libera um grande número de bombas menores, é proibida por mais de 100 países e a doação americana foi condenada por líderes europeus.

    Em entrevista à CNN neste sábado (7), o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador da Harvard, Vitelio Brustolin, avaliou que o uso das bombas de fragmentação, também chamadas de “cluster”, pode impulsionar a contraofensiva da Ucrânia, principalmente na conquista de trincheiras.

    “As bombas cluster ajudam a combater as trincheiras porque a Ucrânia não tem aviação para esse combate. Os aviões são usados porque a artilharia não é eficiente contra as trincheiras”, disse o especialista em análise de guerra.

    “Essas bombas são uma forma de espalhar centenas de pequenas granadas nas trincheiras, que se transformam em minas ou explosivos independentes. A Rússia vem utilizando desde o primeiro dia de guerra e continua. A Ucrânia chegou a empregar algumas dessas munições, mas não tinha em grande quantidade”, acrescentou.

    Para o professor, “esse armamento pode fazer com que a contraofensiva ucraniana avance mais rápido” na conquista do território ocupado pelos russos.

    Por outro lado, ele ponderou que esse tipo de bomba pode afetar a vida dos civis no pós-guerra, porque muitas dessas pequenas bombas vão ficar em solo como minas terrestres.

    “Essas bombas são proibidas por convenções internacionais, mas nessas convenções os países aderem voluntariamente. O Brasil, por exemplo, não aderiu à convenção. O Brasil produz essas bombas, é exportador dessas armas”, disse.