Bilionários emitem um milhão de vezes mais gases de efeito estufa, diz estudo
O estudo divulgado pela Oxfam nesta segunda-feira (7) mostrou que os investimentos das pessoas mais ricas correspondem por até 70% de suas emissões
Um bilionário emite um milhão de vezes mais gases de efeito estufa do que uma pessoa comum, segundo os resultados de um estudo.
O relatório publicado nesta segunda-feira (7) pela instituição de caridade britânica Oxfam baseou suas descobertas em uma análise detalhada dos investimentos de 125 dos bilionários mais ricos do mundo.
E descobriu que, ao contrário da maior parte das pessoas, os investimentos dos mais ricos respondem por até 70% de suas emissões.
Segundo o relatório, os investimentos desses bilionários produzem uma média anual de 3 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por pessoa, o que é um milhão de vezes superior à média de 2,76 toneladas de CO2 para aqueles que estão entre os 90% mais pobres.
Nafkote Dabi, líder de mudanças climáticas da Oxfam, disse que as emissões do estilo de vida dos bilionários, de seus jatos particulares e iates já são milhares de vezes maiores do que as de uma pessoa na média. Mas quando olhamos para as emissões de seus investimentos, o número é mais de um milhão de vezes maior.
“Esses poucos bilionários juntos têm ‘emissões de investimento’ que equivalem às pegadas de carbono de países inteiros como França, Egito ou Argentina”, ela disse.
Dabi também ressaltou que a crescente responsabilidade das pessoas ricas pelas emissões gerais raramente é discutida ou considerada na formulação de políticas climáticas. “Isso tem que mudar”, explicou.
“Esses investidores bilionários no topo da pirâmide corporativa têm uma enorme responsabilidade por impulsionar o colapso climático. Eles escaparam dessa responsabilidade por muito tempo”, disse ela.
O estudo também descobriu que os bilionários tem uma média de 14% de seus investimentos em indústrias poluentes, como energia e materiais como cimento. Apenas um bilionário da amostra tinha investimentos em uma empresa de energia renovável.
“Precisamos da COP27 para expor e mudar o papel que as grandes corporações e seus ricos investidores desempenham ao lucrar com a poluição que impulsiona a crise climática global”, disse Dabi.