Biden vai se reunir com lideranças do Congresso para pedir mais ajuda à Ucrânia
Presidente dos EUA considera que apoio a Kiev contra a Rússia é necessidade de segurança nacional e doméstica
O presidente Joe Biden vai se reunir com os quatro principais líderes do Congresso nesta terça-feira (27), à medida que a Casa Branca aumenta a pressão sobre os parlamentares para repassar financiamento adicional à Ucrânia e antes de um prazo parcial de fechamento do governo nesta semana.
A reunião – que incluirá o Líder da Maioria do Senado Chuck Schumer, o Líder da Minoria do Senado Mitch McConnell, o Presidente da Câmara, Mike Johnson, e o Líder da Minoria da Câmara, Hakeem Jeffries, – ocorre em um momento crucial após a resistência de Johnson à ajuda da Ucrânia.
Biden, que visitou a Ucrânia no ano passado, enquadrou repetidamente a necessidade de apoiar o país contra a Rússia como uma questão de segurança nacional no exterior e em casa. Diante da inação do Congresso em um pacote que inclui US $60 bilhões em ajuda à Ucrânia, o presidente instruiu sua equipe a tornar as consequências “abundantemente claras”, disse um funcionário dos EUA à CNN.
No centro dessa mensagem estão os riscos de perder território para Rússia e a terrível situação que a Ucrânia enfrenta sem mais financiamento. A análise militar, a inteligência e as informações dos ucranianos levaram a preocupações dentro da administração de Biden sobre a agressão da Rússia e o que ela significa no campo de batalha.
“A perspectiva é muito mais sombria”, disse a autoridade dos EUA.
No domingo, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan chamou Johnson pelo nome em seu pedido para que a Câmara controlada pelo Partido Republicano passasse a ajuda à Ucrânia.
“Há uma forte maioria bipartidária na Câmara pronta para aprovar este projeto de lei se ele chegar à pauta, e essa decisão repousa sobre os ombros de uma pessoa, e a história está observando se Johnson vai colocar esse projeto de lei para votação”, Sullivan disse em um programa da CNN.
Em conversas privadas, Biden procurou tranquilizar os aliados de que está fazendo tudo o que pode para apoiar a Ucrânia, inclusive no sábado, durante uma chamada com os líderes do G7.
Johnson sinalizou que não colocará o pacote de ajuda do Senado de 95 bilhões de dólares – que inclui 60 bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia – para votação em sua forma atual, enquanto enfrenta pressão de seu flanco direito.
Em um comunicado no início deste mês, o republicano da Louisiana disse que uma lei de ajuda externa independente, sem abordar a segurança da fronteira dos EUA, era inaceitável. E Johnson em particular disse a seus colegas antes do Congresso entrar em recesso de quase duas semanas que ele estava “sem pressa” para resolver o problema.
“O mandato da legislação suplementar de segurança nacional era garantir a própria fronteira dos Estados Unidos antes de enviar ajuda externa adicional ao redor do mundo. É o que o povo americano exige e merece”, disse Johnson na época. Os republicanos do Congresso rejeitaram um projeto de lei de segurança de fronteira bipartidário negociado no Senado em meio à pressão do ex-presidente Donald Trump, o favorito para a nomeação presidencial do Partido Republicano.
Enquanto mais ajuda para a Ucrânia tem o apoio da maioria na Câmara, incluindo a partir de um núcleo sólido de republicanos, Johnson tem de gerir uma ala que inclui membros da direita que se opõem firmemente a ajuda adicional.
E apesar dos esforços para liberar um acordo de gastos no domingo, um acordo ainda não se concretizou em meio a disputas de alto nível sobre questões políticas, de acordo com fontes do partido republicano. O financiamento para quatro agências do governo termina sexta-feira à meia-noite.
Johnson disse a seus membros em uma videoconferência recente que esperava ter um acordo que eles poderiam colocar para votação nesta semana.