Biden vai discutir questões raciais e sociais em reunião com Lula
Pauta da equidade estará presente no encontro bilateral entre os dois presidentes, que também vão falar sobre defesa da democracia e meio ambiente
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pretende discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva os problemas e as eventuais soluções para questões raciais e sociais nos dois países.
A informação foi confirmada à CNN por diplomatas americanos envolvidos na organização do encontro bilateral entre os dois líderes, que vai acontecer na sexta-feira (10), em Washington.
Tanto os diplomatas americanos como o Itamaraty concordam que os dois países enfrentam graves problemas nas duas áreas e têm muitas experiências a compartilhar.
Ou, como colocou um diplomata americano, “um país pode aprender muito com o outro, e vice-versa”.
Lula e Biden também vão conversar sobre como encontrar caminhos conjuntos para defender a democracia e debaterão ações concretas para conter as mudanças climáticas e preservar o meio ambiente.
O presidente brasileiro já adiantou que pretende discutir com o colega americano formas de conter a disseminação de informações deliberadamente falsas no mundo digital.
Qualquer avanço neste campo vai depender muito da participação americana, já que as maiores redes sociais do mundo operam a partir daquele país.
Segundo um embaixador brasileiro, essa discussão é fundamental porque “a era da pós-verdade e das orquestrações antidemocráticas puseram à prova instituições democráticas tanto nos EUA quanto no Brasil”. Ele lembra, no entanto, que as democracias nos dois países resistiram às fake news que questionaram os resultados eleitorais tanto nos EUA como no Brasil.
Lula também vai cobrar que os Estados Unidos e outros países ricos honrem os seus compromissos assumidos no passado de destinar mais recursos para as nações em desenvolvimento combaterem as mudanças climáticas.
Ele dirá que o Brasil já está se comprometendo em defender a Amazônia e outros biomas, colocando a questão climática no centro da política externa brasileira. Mas vai lembrar que os países ricos também precisam fazer sua parte, ajudando a financiar esse tipo de operação.
O Itamaraty também confirmou à CNN que comércio bilateral e investimentos nos dois países terão prioridade nas conversas. Uma delegação de empresários brasileiros vai acompanhar Lula na visita à capital americana.