Biden lidera entre eleitores, mas estados decisivos impulsionam Trump
Pesquisa conduzida pela CNN mostra que o previsto candidato democrata tem vantagem nacionalmente, mas Trump lidera nos 15 estados mais importantes
O previsto candidato democrata Joe Biden lidera as intenções de voto nas eleições presidenciais dos Estados Unidos com cinco pontos de diferença de Donald Trump, mas o atual presidente leva vantagem em estados decisivos que podem definir o colégio eleitoral, de acordo com uma nova pesquisa conduzida pela CNN com a SSRS.
No levantamento, 51% dos eleitores registrados em todo o país apoiam Biden, enquanto 46% dizem preferir Trump. Nesses estados decisivos, 52% favorecem Trump e 45%, Biden. Partidários se mantêm entrincheirados, com 95% dos democratas apoiando Biden e a mesma porcentagem dos democratas defendendo Trump. Os dois candidatos estão próximos entre os que se declaram independentes (50% preferem Trump e 46% Biden, uma diferença dentro da margem de erro), mas a vantagem de Biden é que uma parcela maior dos eleitores se identificam como democratas.
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Os estados decisivos são os 15 em que a decisão na eleição de 2016 foi por oito pontos ou menos. São eles: Arizona, Carolina do Norte, Colorado, Flórida, Geórgia, Maine, Michigan, Minnesota, Nevada, Nova Hampshire, Novo México, Ohio, Pensilvânia, Virgínia e Wisconsin.
A pesquisa da CNN foi conduzida pela SSRS entre 7 e 10 de maio, entre uma amostra nacional e aleatória de 1.112 adultos, entrevistados por telefone. Desses, 1.001 eram eleitores registrados, 583 em estados decisivos. Os resultados têm margem de erro de mais ou menos 3,7 pontos percentuais.
Preferência entre grupos
O ex-vice-presidente continua a manter a liderança entre mulheres (55% Biden a 41% Trump) e pessoas racializadas (69% Biden a 26% Trump). Os presidenciáveis estão mais próximos entre homens (50% Trump a 46% Biden), e o atual presidente têm vantagem entre brancos (55% Trump a 43% Biden). A pesquisa sugere que Biden ultrapassa Trump entre eleitores com mais de 45 anos por uma margem de seis pontos, enquanto os dois candidatos estão próximos entre os mais jovens (49% Biden a 46% Trump).
Apesar de pesquisas recentes terem mostrado alguns sinais preocupantes para Biden entre os eleitores mais novos e força entre os mais velhos, poucos poderiam prever que a corrida estaria tão parelha entre a parcela mais jovem. O resultado sugere que esses eleitores em estados decisivos pendem para Trump, uma mudança drástica em relação à última pesquisa da CNN, de março deste ano. Dado o tamanho reduzido da amostra, é difícil determinar com precisão se esse movimento é significativo ou uma casualidade gerada pela aleatoriedade entre os entrevistados. Nacionalmente, Biden lidera entre os com mais de 65 anos, um grupo que era principalmente republicano nas últimas eleições.
A maior vantagem de Trump sobre Biden é no gerenciamento da economia. A maioria dos eleitores, 54%, dizem que confiam mais no presidente para comandar a economia do país, enquanto 42% preferem Biden. A pesquisa também revelou que a percepção do público da economia é a pior desde 2013, com uma parcela crescente que acredita que o dano causado pela Covid-19 pode ser permanente. No entanto, Biden é considerado mais confiável para liderar a resposta à pandemia (51% Biden a 45% Trump) e em assuntos de saúde (54% Biden a 42% Trump).
Os eleitores se dividem sobre qual dos dois têm a energia e perspicácia para assumir o cargo (49% dizem Trump, 46% Biden), um ataque frequente que o presidente faz a seu adversário. Mas Biden ultrapassa Trump em outros cinco atributos questionados. A maior vantagem é em qual candidato uniria o país, sem dividi-lo (55% dizem Biden, 38% Trump), seguido por honestidade e confiabilidade (53% escolhem Biden, 38% Trump). Biden é visto como mais atencioso ao cidadão médio (54% contra 42%), mais capaz de gerenciar o governo (52% a 45%) e mais fiável em situações de crise (51% Biden a 45% Trump).
A maioria dos americanos dizem que tem uma visão negativa do atual presidente (55%), enquanto uma parte menor rejeita Biden (46%). Entre os cerca de 14% que dizem ter uma impressão negativa dos dois canidatos, o ex-vice-presidente é o claro favorito na disputa: 71% dizem que votariam em Biden, 19%, em Trump. O deputado do estado do Michigan, Justin Amash, que anunciou estar etudando uma candidatura pelo partido libertário, é desconhecido para 80% da população, e é visto com mais rejeição (13%) do que aprovação (8%).
A vice de Biden
Conforme a campanha de Biden se aproxima da escolha de um vice-presidente, os entrevistados foram questionados sobre as duas principais características esperadas do escolhido. Cerca de 38% dos eleitores democratas dizem que escolher alguém que traga diversidade racial e étnica à chapa democrata é uma das principais expectativas, 34% citam experiência executiva, 32% esperam que o vice traga equilíbrio ideológico e 31% dizem que a representação dessa pessoa dentro do futuro do partido democrata é importante. Apelo para virar votos e experiência legislativa pontuaram 25% das respostas.
Entre os eleitores democratas racializados, 43% dizem que diversidade étnica e racial é uma das duas carcaterísticas mais importantes, percentual que venceu todos os outros 11 traços questionados. Entre os eleitores brancos, diversidade e experiência executiva dividem o pódio.
Biden já declarou que vai escolher uma mulher como sua companheira de chapa. Apesar das possíveis indicadas serem desconhecidas para parte significativa da população, cinco das mulheres consideradas candidatas potenciais —incluindo três das ex-candidatas à nomeação democrata, as senadoras Elizabeth Warren, Amy Klobuchar e Kamala Harris— são vistas com muito mais aprovação que rejeição entre os democratas, a pesquisa aponta.
Warren é a que vai melhor nas pesquisas, vista favoravelmente para 69% dos eleitores democratas, contra 19% que pensam o contrário. Kamala Harris também tem alta aprovação (59% contra 15%), seguida por Klobuchar (49% de aprovação). Stacey Abrams, a candidata democrata ao governo do estado da Geórgia em 2018 é a seguinte, com 43% de aprovação dos eleitores democratas e 11% de rejeição. A governadora do estado do Michigan, Gretchen Whitmer é a menos conhecida do grupo, com 63% dos entrevistados dizendo que não a conhecem ou que não têm uma opinião formada sobre ela, mas entre os que a conhecem, 29% são favoráveis e 9%, desfavoráveis.