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    Biden e Lula devem lançar iniciativa por direitos trabalhistas durante Assembleia-Geral da ONU

    Convite veio do presidente norte-americano, com o propósito de capitalizar sobre a biografia de Lula

    Presidentes Lula e Joe Biden se encontram na Casa Branca
    Presidentes Lula e Joe Biden se encontram na Casa Branca Reprodução/Twitter Joe Biden

    Lourival Sant'Anna

    Os presidentes dos Estados Unidos e do Brasil, Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), devem lançar no dia 19 de setembro, durante a Assembleia-Geral da ONU em Nova York, uma iniciativa a favor dos direitos trabalhistas.

    O convite veio do presidente norte-americano, com o propósito de capitalizar sobre a biografia de Lula e também de usar um tema que criou uma ligação entre os dois durante a reunião que tiveram em fevereiro, em Washington, para tentar reaproximar o Brasil dos Estados Unidos e do Ocidente.

    O encontro deverá tratar também de mudança climática, outro tema de convergência entre ambos, pelo menos em princípio. Em meio ao verão mais quente da história no Hemisfério Norte, Biden lançou na quinta-feira (27) um programa de US$ 20 bilhões para fomentar a inovação energética.

    VÍDEO – Lula e Biden devem se encontrar em setembro em Nova York

    Lula vem conseguindo bons resultados no combate ao desmatamento na Amazônia, que diminuiu 34% no primeiro semestre deste ano.

    Uma fonte norte-americana disse à CNN que Biden pretendia conversar por telefone com Lula. A conversa não se materializou, mas a embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, e o diretor da Nasa, Bill Nelson, foram recebidos por Lula na segunda-feira (24).

    Integrantes do governo dos Estados Unidos, incluindo o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, propõem a vinculação entre a política externa e questões nacionais, como é o caso dos direitos trabalhistas.

    O eleitorado formado por trabalhadores sindicalizados, tradicionalmente democratas, deslocou-se em parte para o ex-presidente Donald Trump, por ressentimentos causados pela globalização, pela imigração e por valores conservadores.

    Depois da reunião em fevereiro na Casa Branca, Lula adotou posições hostis aos Estados Unidos e à Europa, responsabilizando ambos pela guerra na Ucrânia. Em Pequim, na visita a Xi Jinping, em abril, Lula também defendeu transações em moedas nacionais para reduzir a influência do dólar.

    Na cúpula dos Brics entre 22 e 24 de agosto, em Johannesburgo, na África do Sul, deve ser lançado um sistema multilateral de pagamentos em moedas locais.

    A coordenação entre o Brasil e a Rússia em sua projeção sobre o Sul Global ficou evidente nesta semana, com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics, na cúpula entre o líder russo, Vladimir Putin, e governantes africanos, em São Petersburgo.

    Tudo isso causa nos EUA e na Europa a sensação de que o Ocidente está perdendo o Brasil para o eixo liderado por China e Rússia, que eles encaram como uma disputa entre democracias e autocracias. A ideia parece ser relembrar Lula de seu histórico de luta pelos direitos humanos.

    Veja também: À CNN, Biden defende envio de bombas de fragmentação à Ucrânia