Biden diz que Israel ainda não decidiu qual será a retaliação ao ataque do Irã
Presidente dos EUA disse que sanções ao Irã "estão sob consideração"
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta sexta-feira (4) que Israel ainda não decidiu como vai responder ao ataque do Irã de terça-feira (1º).
“Os israelenses não concluíram o que farão em termos de ataque. Isso está em discussão”, disse Biden em comentários a repórteres em uma coletiva de imprensa na Casa Branca.
Biden, no entanto, defendeu o direito de Israel de uma resposta à ofensiva iraniana. Ele disse que pensaria em alternativas para atacar campos de petróleo do Irã se estivesse no lugar de Israel.
“Se eu estivesse no lugar deles, estaria pensando em outras alternativas além de atacar campos de petróleo”, acrescentou o presidente.
As tensões aumentaram na região enquanto Israel avalia opções para responder ao ataque de mísseis balísticos de Teerã na terça-feira, que o Irã realizou em resposta à ação militar de Israel no Líbano.
Biden também foi questionado se ele achava que, ao não se envolver em diplomacia, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu estava tentando influenciar a eleição de 5 de novembro nos EUA, na qual o ex-presidente republicano Donald Trump enfrenta a vice-presidente democrata Kamala Harris.
“Se ele está tentando influenciar a eleição, eu não sei, mas não estou contando com isso”, disse Biden em resposta. “Nenhuma administração fez mais para ajudar Israel do que eu.”, ele acrescentou.
O líder americano ainda disse que sanções ao Irã “estão sob consideração”.
Com informações da Reuters.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.