Biden diz que há “caminho para paz” no Oriente Médio, mas reconhece dificuldades
Presidente dos Estados Unidos disse que morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, não será a solução imediata para conflito
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que colocar um fim no conflito no Oriente Médio será difícil, mesmo após a morte do líder máximo do Hamas, Yahya Sinwar. O presidente reconheceu que a morte de Sinwar não resolverá imediatamente a situação.
“Acreditamos que há um caminho para a paz lá. Vai ser difícil. Mas estamos todos na mesma página”, afirmou Biden após reuniões em Berlim com os líderes da Alemanha, França e Reino Unido.
“Há uma possibilidade, na minha opinião, e os meus colegas concordam, de lidar com Israel e o Irã de uma forma que cesse o conflito por um tempo. Acreditamos que existe a oportunidade de negociar um cessar-fogo no Líbano. E será mais difícil em Gaza”, ele acrescentou.
Ao ser questionado se tinha uma boa compreensão de como e quando Israel responderia ao ataque com mísseis do Irã em 1° de outubro, Biden respondeu “sim e sim”.
Reunião da equipe de Segurança Nacional
Após reuniões com autoridades alemãs e líderes do Reino Unido e da França, Biden deverá se reunir com sua equipe de Segurança Nacional para discutir os últimos acontecimentos no Oriente Médio, segundo uma fonte americana.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, vão encontrar com Biden a caminho de Washington.
Espera-se que Blinken viaje para a região no início da próxima semana, segundo a fonte. A administração de Biden está priorizando a libertação dos reféns que permanecem sob custódia do Hamas.
Biden instruiu sua equipe a manter contato próximo com seus homólogos israelenses após a morte de Sinwar e espera-se que ele tenha outra ligação com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nos próximos dias.
Quem é Yahya Sinwar?
Figura de longa data no Hamas, Yahya Sinwar nasceu em 1962 em um campo de refugiados em Khan Younis, no sul de Gaza.
Ele foi responsável pela construção do braço militar do grupo antes de formar novos laços importantes com as potências árabes regionais como líder civil e político.
Sinwar foi eleito para o principal órgão de decisão do Hamas, o Politburo, em 2017, como líder político do Hamas em Gaza.
No entanto, desde então tornou-se o líder de fato do Politburo, de acordo com uma pesquisa do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inglês).
Ele foi designado terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA desde 2015 e foi sancionado pelo Reino Unido e pela França.
Saiba mais sobre quem foi Yahya Sinwar através desta matéria.
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Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para que os reféns sejam libertados.
Kayla Tausche, da CNN, contribuiu com esta matéria.