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    Biden confronta príncipe saudita sobre assassinato do jornalista Jamal Khashoggi

    Inteligência dos EUA apontou que o Mohammed bin Salman aprovou diretamente o assassinato do repórter

    Aziz El YaakoubiMaha El DahanSteve Hollandda Reuters , em Jeddah

    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, contou nesta sexta-feira (15) que disse ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que o considerava responsável pelo assassinato do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi.

    A afirmação aconteceu durante uma conversa entre os dois líderes destinadas a restabelecer as relações com o principal aliado árabe.

    Biden, falando após reuniões com os principais líderes da Arábia Saudita, revelou que o príncipe herdeiro, conhecido como MbS, negou envolvimento e disse que responsabilizou os responsáveis.

    Biden compartilhou um soquinho com MbS e apertou a mão do rei Salman após chegar à Arábia Saudita.

    “Com relação ao assassinato de Khashoggi, eu levantei isso na reunião, deixando claro o que eu pensava sobre isso na época e o que penso sobre isso agora”, afirmou Biden a repórteres.

    “Fui direto ao discutir o assunto. Deixei minha visão muito clara. Eu disse muito francamente que um presidente americano ficar em silêncio sobre uma questão de direitos humanos é inconsistente com quem somos e quem sou eu.”

    A inteligência dos EUA apontou que o príncipe herdeiro aprovou diretamente o assassinato de Khashoggi — um membro saudita que se tornou crítico — por agentes sauditas.

    Biden argumentou que o que aconteceu com Khashoggi foi ultrajante.

    “Ele basicamente disse que não era pessoalmente responsável por isso”, relatou Biden sobre a resposta do príncipe herdeiro durante a reunião. “Eu indiquei que eu achava que ele era.”

    O presidente disse que eles também discutiram energia e que espera ver “mais passos” da Arábia Saudita, um grande produtor de petróleo, sobre combustíveis nas próximas semanas.

    Como candidato presidencial, Biden disse que o reino deveria se tornar um “pária” no cenário mundial por causa do assassinato.

    Ele acrescentou nesta sexta que não se arrepende do comentário.

    Os interesses de energia e segurança levaram Biden e seus assessores a decidir não isolar a gigante do petróleo do Golfo que vem fortalecendo os laços com a Rússia e a China.

    A interação do presidente com o príncipe herdeiro atraiu críticas em casa — começando com o cumprimento entre eles.

    No início da viagem de Biden ao Oriente Médio, as autoridades disseram que ele evitaria contatos próximos, como apertar as mãos, como precaução contra a Covid-19, mas o presidente acabou se envolvendo em apertos de mão durante a etapa de Israel da turnê.

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