Biden avalia subsídios para contracepção de emergência se a Justiça proibir aborto
O presidente dos EUA apelou aos eleitores para proteger o direito ao aborto apoiando candidatos nas eleições
O governo Biden está considerando subsídios para ajudar a financiar a expansão do acesso à contracepção de emergência, como uma possível resposta se a Suprema Corte reverter a decisão de 1973 que legalizou o aborto nacionalmente, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, nesta quarta-feira (4).
“O que fizemos até agora… onde vimos restrições… foi criado, por exemplo, um valor de concessão de extrema necessidade, que fornece financiamento para expandir o acesso a contracepção de emergência”, disse Psaki a repórteres durante entrevista coletiva.
Um rascunho de decisão da Suprema Corte, vazado na segunda-feira (2), mostrou que a maioria dos juízes se preparam para reverter a decisão Roe v. Wade de 1973 que protege o direito ao aborto. O tribunal confirmou nesta terça-feira a autenticidade do documento vazado.
O presidente Joe Biden apelou aos eleitores para proteger o direito ao aborto apoiando candidatos que o defendem nas eleições de meio de mandato em novembro.
Doações a clínicas de aborto e ativistas aumentam
Clínicas de aborto e grupos de ativistas pelo direito ao aborto receberam um alto volume de doações desde o vazamento de um rascunho de decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que mostrava juízes aparentemente prontos para reverter a histórica decisão Roe v. Wade de 1973.
O rascunho gerou uma onda de doações de norte-americanos a clínicas de aborto, grupos que ajudam pessoas a pagar por abortos e organizações que querem preservar o acesso ao aborto.
Beneficiários incluem organizações nacionais com grandes orçamentos operacionais e também clínicas pequenas e independentes e grupos regionais que muitas vezes são ignorados.
A NARAL Pro-Choice America, uma organização sem fins lucrativos que recebeu US$ 12,9 milhões em doações durante o ano fiscal de 2021, viu um aumento de 1.403% em doações nas 24 horas seguintes à publicação da notícia, em comparação com o dia anterior, disse a porta-voz Kristin Ford. 51% dos doadores estavam ajudando pela primeira vez.
Entre a noite de segunda-feira e a metade da quarta-feira, mais de quatro mil doadores enviaram mais de US$ 100 mil ao Abortion Care Network, associação nacional de 150 clínicas de aborto independentes dos EUA. Foi a maior onda de doações em um intervalo de tempo como aquele que a associação já recebeu.
O dinheiro irá diretamente às clínicas para ajudá-las a se manterem abertas para fornecer serviços de saúde reprodutivos, mesmo se a lei estadual proibi-las de fazer abortos, disse a diretora executiva do Network, Nikki Madsen.