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    Belarus promove julgamento à revelia de líder da oposição acusada de traição

    Sviatlana Tsikhanouskaya fugiu do país após concorrer contra o presidente Aleksandr Lukashenko nas eleições presidenciais de 2020

    Tom BalmforthJohn Irishda Reuters

    Belarus colocou a líder da oposição exilada, Sviatlana Tsikhanouskaya, em julgamento à revelia por acusações de traição nesta terça-feira (17). Críticos do presidente Aleksandr Lukashenko disseram que o julgamento seria uma “farsa e um show”.

    Tsikhanouskaya, 40, fugiu de Belarus depois de concorrer contra Lukashenko nas eleições presidenciais de 2020, seguidas por protestos em massa por suposta fraude eleitoral. Ela pode ser condenada a 15 anos de prisão.

    Após uma repressão aos manifestantes, Tsikhanouskaya se tornou a líder de uma oposição no exílio e denunciou a eleição depois que Lukashenko, no poder desde 1994, se declarou vencedor.

    Tsikhanouskaya, que agora vive na capital lituana de Vilnius, disse à Reuters em Davos que não esperava que o julgamento fosse justo.

    “Em Belarus não há julgamentos honestos. Vivemos em absoluta ilegalidade em nosso país, então o julgamento de amanhã será uma farsa e um show, mas não uma justiça real”, disse Tsikhanouskaya na segunda-feira (16) em entrevista no Fórum Econômico Mundial.

    Ela disse que pediu os documentos necessários ao advogado nomeado pelo tribunal, mas não recebeu nada.

    A agência de notícias estatal BelTa informou que o julgamento começou na manhã desta terça. Tsikhanouskaya e vários outros serão julgados sob a acusação de traição e tentativa de tomada do poder, disse o tribunal antes do julgamento.

    “Tsikhanouskaya, enquanto estava no território lituano, proclamou-se a vencedora da última eleição e a única líder nacional eleita pelo povo belarusso”, disse o Gabinete do Procurador-Geral.

    Um dia antes do início do julgamento, Belarus apresentou novas acusações criminais contra o marido preso de Tsikhanouskaya, um blogueiro de 44 anos, preso em 2020 enquanto tentava concorrer a um cargo contra o próprio Lukashenko.

    Sua prisão levou Tsikhanouskaya a concorrer ao cargo em seu lugar, apesar de não ter perfil público, e ela foi autorizada a votar.

    Ativistas de direitos humanos estimam que cerca de 1.500 pessoas estão presas em Belarus sob acusações de motivação política. Lukashenko, um aliado próximo da Rússia, é um pária no Ocidente.

    Belarus também levou o ativista de direitos humanos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Ales Byalyatski, e dois outros, a julgamento este mês sob a acusação de financiar protestos e contrabando de dinheiro. Eles podem pegar de sete a 12 anos de prisão.

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