Belarus anuncia participação em exercícios nucleares com a Rússia
Objetivo do movimentação é preparar tropas para uso de ogivas táticas, de poder destrutivo limitado
Belarus afirmou nesta segunda-feira (10) que seu Exército estava participando da segunda fase dos exercícios russos ordenados pelo presidente Vladimir Putin para praticar a prontidão de armas nucleares táticas.
A primeira fase dos exercícios foi realizada no sul da Rússia no mês passado, o que, segundo analistas nucleares, foi um sinal de alerta de Putin para dissuadir o Ocidente de se envolver mais profundamente na guerra na Ucrânia.
O ministro da Defesa de Belarus, tenente-general Viktor Khrenin, disse que os exercícios são uma medida proativa para “aumentar nossa prontidão para usar as chamadas armas de retaliação”.
“Agora, mais do que nunca, estamos determinados a responder a qualquer ameaça ao nosso país e ao Estado da União” entre Rússia e Belarus, declarou.
Ele não disse onde os exercícios estavam ocorrendo ou que tipos de armas estavam envolvidos. Belarus faz fronteira com três países da Otan – Polônia, Lituânia e Letônia.
“Não temos o objetivo de criar qualquer tensão nas questões de segurança regional. Não projetamos ameaças militares relevantes a países terceiros ou a qualquer outra pessoa”, acrescentou Khrenin.
“Somos um Estado pacífico, não ameaçamos nem buscamos o confronto com ninguém, mas manteremos nossa pólvora seca!”
Putin e o líder bielorrusso Alexander Lukashenko anunciaram no ano passado que a Rússia estava transferindo algumas de suas armas nucleares táticas para Belarus. São ogivas projetadas para uso no campo de batalha, em oposição às armas estratégicas de longo alcance destinadas a destruir cidades inimigas inteiras.
Alguns analistas ocidentais acreditam que as armas nucleares táticas adquiriram maior importância no pensamento de Moscou desde o início da guerra na Ucrânia, onde suas forças convencionais tiveram dificuldades nos primeiros dois anos.
Em teoria, o uso de uma arma desse tipo poderia causar um choque impressionante no Ocidente sem necessariamente provocar uma guerra nuclear completa, embora o risco de desencadear um ciclo de escalada fosse enorme. Desde o primeiro dia da guerra, Putin tem alertado repetidamente o Ocidente sobre o tamanho e o poder do arsenal nuclear russo.