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    Autoridades ucranianas apontam evidências de valas comuns fora de Mariupol

    Alegações foram reforçadas por imagens de satélite; sepulturas teriam sido localizadas na cidade de Manhush

    Nathan Hodgeda CNN

    Autoridades ucranianas identificaram na terça-feira (19) a localização de aparentes valas comuns fora da cidade portuária ucraniana sitiada de Mariupol – alegações reforçadas pela publicação de imagens de satélite coletadas e analisadas pela Maxar Technologies.

    Em um post na quinta-feira no Telegram, Petro Andriushchenko, conselheiro do prefeito de Mariupol, escreveu: “Como resultado de uma longa busca e identificação de locais de enterro em massa de moradores mortos em Mariupol, estabelecemos o acontecimento de arranjo e enterro em massa dos moradores mortos em Mariupol na vila de Manhush.”

    Andriushchenko – que não está em Mariupol, mas serviu como centro de informações de dentro da cidade sitiada – postou as coordenadas no Telegram, dizendo que as forças russas cavaram várias valas comuns, cada uma medindo cerca de 30 metros (cerca de 100 pés), em Manhush, uma cidade de cerca de 12 milhas (cerca de 19 quilômetros) a oeste de Mariupol.

    “Caminhões carregam os corpos dos mortos, na verdade, simplesmente despejando-os no aterro”, disse ele. “Esta é uma evidência direta de crimes de guerra e tentativas de encobri-los.”

    A Maxar publicou na terça-feira uma análise de imagens de satélite que parecem mostrar evidências de novas sepulturas em um local na borda noroeste de Manhush.

    “De acordo com relatos recentes da mídia, soldados russos estão levando os corpos de pessoas mortas em Mariupol para este local”, disse a Maxar em sua análise. “Uma revisão de nossas imagens de satélite de meados de março a meados de abril indica que a expansão do novo conjunto de sepulturas começou entre 23 e 26 de março de 2022 e continuou a se expandir nas últimas semanas. As sepulturas estão alinhadas em quatro seções de linhas lineares (medindo aproximadamente 85 metros por seção) e contêm mais de 200 novas sepulturas.”

    Vadym Boichenko, prefeito de Mariupol, também alegou na quinta-feira que as forças russas enterraram corpos em valas comuns em Manhush, em meio a alegações de autoridades ucranianas de que até 20 mil pessoas morreram em semanas de bombardeios.

    “Mais de 20 mil civis – mulheres, crianças, idosos – morreram nas ruas de nossa cidade por artilharia inimiga, aviões”, disse ele. “E isso também é [baseado] nas evidências dos chefes de nossos serviços municipais, que o viram. E, infelizmente, vimos que os corpos dos moradores mortos de Mariupol começaram a desaparecer das ruas de nossa cidade.”

    Boichenko disse que as valas comuns estavam fora de uma estrada de desvio, perto de um cemitério.

    Uma visão geral de um cemitério e expansão de sepulturas é vista em 23 de março / 2022 Maxar Technologies

    “E há um campo perto do cemitério, e neste campo há valas, de 30 metros (cerca de 90 pés) de comprimento, e lá eles os enterram, trazem os corpos dos mortos em caminhões e os jogam nessas valas”, ele disse.

    A CNN não pode verificar independentemente as alegações de que os russos descartaram corpos em valas comuns naquele local, e um número firme de mortos após semanas de bombardeio pesado de Mariupol não está disponível.

    Jornalistas em Mariupol documentaram o enterro apressado de civis na cidade sitiada, e imagens surgiram nas redes sociais mostrando corpos aparentemente deixados para serem recolhidos na cidade.

    Evidências de valas comuns nos arredores de Mariupol surgiram quando o presidente russo, Vladimir Putin, proclamou a “libertação” da cidade pelas forças russas, embora também tenha cancelado uma tentativa de invadir a siderúrgica Azovstal, o último bastião dos defensores ucranianos dentro da cidade, onde civis também se abrigaram.

    “Infelizmente, hoje não é possível evacuar civis de Azovstal”, disse Boichenko. “Porque estamos pedindo um cessar-fogo estável. Em algum lugar precisamos de um dia para poder acomodar os moradores que estão escondidos lá há 57 dias seguidos, e eles estão sendo bombardeados, bombardeados e bombardeados.”

    Boichenko estimou que cerca de 100.000 pessoas permanecem em Mariupol.

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