Autoridades mexicanas prendem filho de “El Chapo”, o maior traficante de drogas do mundo
Ovidio Guzmán foi preso nesta quinta-feira (5) após uma operação dramática na cidade de Culiacán, no estado mexicano de Sinaloa
Autoridades mexicanas prenderam Ovidio Guzmán, filho do notório traficante Joaquin “El Chapo” Guzmán, de acordo com uma fonte do governo federal do México à CNN, em uma operação dramática no estado de Sinaloa, no norte, nesta quinta-feira (5), que levou a confrontos na cidade de Culiacán.
Guzmán é descrito como “um membro de alto escalão do Cartel de Sinaloa” em um comunicado à imprensa divulgado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos em 16 de dezembro, antes de sua prisão.
Ele já havia sido preso pelas autoridades federais em outubro de 2019, mas foi liberado por ordem do presidente Andrés Manuel López Obrador para evitar mais derramamento de sangue.
A prisão de Guzmán nesta quinta-feira levou a confrontos em várias partes de Culiacán, segundo autoridades locais que disseram aos cidadãos para se abrigarem em casa.
Vídeos nas redes sociais parecem mostrar caminhões em chamas e um intenso tiroteio perto do aeroporto, que ficou fechado a maior parte do dia devido à violência. A CNN ainda não verificou esses vídeos.
Em um discurso matinal na quinta-feira, o presidente López Obrador disse que a operação em Culiacán estava em andamento desde o amanhecer.
À medida que a prisão se desenrolava, o secretário de Segurança Pública de Sinaloa, Cristóbal Castañeda, disse que veículos estavam sendo saqueados e bloqueios estavam “ocorrendo em diferentes partes da cidade” e pediu ao público que não saísse da cidade.
O secretário de educação do estado também anunciou que as atividades escolares e administrativas foram suspensas em Culiacán e pediu que aqueles que estivessem em uma área de risco se refugiassem em um local seguro.
O estado de Sinaloa abriga o Cartel de Sinaloa, uma das organizações de narcotráfico mais poderosas do mundo. “El Chapo” era o líder do cartel antes de ser condenado à prisão perpétua em 2020.
O Departamento de Estado dos EUA, que oferecia uma recompensa de US$ 5 milhões por informações que levassem à prisão de Guzmán, escreveu que as investigações da polícia indicavam que Guzmán e seu irmão, Joaquín Guzmán-López, “herdaram grande parte dos lucros do narcotráfico” após a morte de outro irmão, Edgar Guzmán-López.
Eles “começaram a investir grandes quantias de dinheiro na compra de maconha no México e cocaína na Colômbia. Eles também começaram a comprar grandes quantidades de efedrina da Argentina e organizaram o contrabando do produto para o México quando começaram a experimentar a produção de metanfetamina”, disse o Departamento de Estado.
Os irmãos também são acusados de supervisionar cerca de 11 “laboratórios de metanfetamina no estado de Sinaloa”, diz o Departamento de Estado.
O pai deles, “El Chapo” Guzmán, foi condenado nos EUA em 2019 por 10 acusações, incluindo envolvimento em uma empresa criminosa contínua, tráfico de drogas e de armas de fogo. Ele foi condenado à prisão perpétua mais 30 anos e condenado a pagar US$ 12,6 bilhões em confisco.