Autoridade Palestina chama acordo de “trégua humanitária”; o que dizem líderes mundiais
Mahmoud Abbas cobra um cessar-fogo total das forças israelenses
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, saudou o acordo de reféns alcançado por Israel e Hamas sob mediação estrangeira, que inclui uma pausa de quatro dias nos combates em Gaza. Mas, insistiu por um cessar-fogo total, de acordo com a agência estatal de notícias palestina Wafa.
“O presidente Mahmoud Abbas e a liderança saúdam o acordo de trégua humanitária e valorizam os esforços do Catar e Egito para mediar as negociações. Abbas, no entanto, renova o apelo para um cessar-fogo total, para acabar com a agressão israelense contra o povo palestino e a entrada da ajuda humanitária”, disse o secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina, Hussein Al-Sheikh, de acordo com a Wafa.
Abbas pediu uma “implementação mais ampla de uma solução política baseada na legitimidade e no direito internacional, o que leva ao fim da ocupação e à conquista da liberdade, independência e soberania do povo palestino”, disse Al-Sheikh.
O que dizem os líderes mundiais
Muitos líderes em todo o mundo têm pedido uma pausa nos combates entre Israel e o Hamas nas últimas semanas. Após a notícia de que o governo de Israel concordou com um acordo de reféns na quarta-feira (22), uma palavra pairou nas falas dos líderes: progresso.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que as negociações marcaram um “progresso significativo”, mas afirmou que o país não “descansará enquanto o Hamas continuar mantendo reféns em Gaza.”
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, descreveu o acordo entre Israel e Hamas como um “passo crucial para fornecer alívio às famílias dos reféns e enfrentar a crise humanitária em Gaza.”
O ministro das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, também elogiou o acordo como um sinal de progresso.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disseram que estavam contentes com o acordo. Michel acrescentou que estava “grato ao Catar e ao Egito que ajudaram nas negociações”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu o acordo como “a primeira boa notícia de Gaza em muito tempo”, e acrescentou que a Rússia tem defendido consistentemente uma trégua e pausas humanitárias.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que espera que o acordo “ajude a aliviar a difícil crise humanitária, diminuir o conflito e aliviar as tensões.”
O Catar – um importante mediador – disse que espera que a pausa nos combates possa ajudar a preparar o caminho para uma solução de longo prazo.
Mohammed Al-Khulaifi, Ministro de Estado do Ministério das Relações Exteriores do Catar, disse em um comunicado que a prioridade do país agora é trabalhar em esforços para garantir um “cessar-fogo de longo prazo, acabar com a guerra e trabalhar para uma paz duradoura.”
Esse sentimento partilhado pelo presidente do Egito Abdel Fattah el-Sisi, que “saudou o sucesso” da mediação na implementação de uma trégua humanitária, mas renovou seu compromisso de encontrar uma solução “final e sustentável”.
Sobre o acordo
Israel e o Hamas concordaram com uma pausa humanitária de quatro dias para permitir a liberação de pelo menos 50 reféns – mulheres e crianças – mantidos em Gaza. O acordo também envolverá a libertação de 150 palestinos, incluindo mulheres e crianças, mantidos em prisões israelenses.
*Por Antoinette Radford e Kareem Khadder da CNN