Aumento da demanda e falta de pessoal leva caos a aeroportos europeus
Especialista explica quais devem ser os passos em caso de bagagens não serem embarcadas
Na Europa, o verão chegou com altas temperaturas e empolgação dos turistas para voltar a viajar. Só que toda essa movimentação tem provocado cenas de caos nos aeroportos. As companhias têm dificuldade para preencher as vagas fechadas no auge da pandemia. Fora isso, há greves pipocando em aeroportos e em companhias aéreas no continente.
E como muita gente está querendo viajar, os problemas são inevitáveis. No Aeroporto de Heathrow, dezenas de bagagens são vistas empilhadas, após o embarque dos donos.
Quem viveu uma situação semelhante foi o advogado Maurício Portugal Ribeiro, que pousou nesta quinta-feira (30) em São Paulo, em um voo da British Airways, e apenas após o desembarque descobriu o pior: nenhuma bagagem foi embarcada, todas as malas ficaram em Londres.
“O avião saiu um pouco atrasado, com uma hora de atraso O embarque meio confuso, mas nada que não parecesse apenas uma desorganização da British Airways, uma companhia da qual se espera alguma organização. As pessoas estavam saindo do voo quando eles comunicaram. Algumas pessoas tinham entendido e outras não, porque eles anunciaram em inglês. E aquela sensação de surpresa, né? Porque como é que você não avisa uma coisa dessas antes? Eles tomaram a decisão de sair sem a bagagem de ninguém e sem avisar os passageiros”, explicou Ribeiro.
Procurada pela CNN, a British Airways se desculpou pelo ocorrido e disse que está fazendo o possível para devolver as bagagens aos passageiros o quanto antes.
O maior problema parece ser no Reino Unido. Por isso, o governo britânico ter recomendado às companhias aéreas, antes mesmo do verão europeu começar, a diminuírem o número de voos com antecedência — antecipando-se aos problemas.
Agora, o governo britânico promete ajudar. Segundo anúncio de hoje, as leis para acelerar contratações serão flexibilizadas; uma plataforma para recrutar e treinar funcionários para as empresas aéreas será implementada, assim como um programa de empréstimos para os aeroportos comerciais.
As empresas queriam mais: pediram revisão da política migratória do Brexit para contratar mão de obra de outros países.
Enquanto a crise se arrasta na Europa, a CNN conversou com o diretor de segurança e operações da da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Ruy Amparo, para entender se o cenário pode se repetir no Brasil.
“Em alguns casos, as companhias aéreas estão sem tripulantes, sem funcionários de terra, as companhias que carregam as malas estão sem funcionários. Então você está dando uma dor de cabeça muito grande tanto para as companhias e, principalmente, para os clientes finais. De lá pra cá, a gente pode ter as dores de cabeça que estamos vendo em alguns voos, alguns aviões chegarem não com todos as bagagens, mas, daqui para lá, a gente não está tendo esse problema”, afirmou.
E para quem já enfrentou ou possa vir a enfrentar esse caos, se vai viajar para a Europa e, depois, retornar para o Brasil, a especialista em defesa do consumidor, Maria Inês Dolci explica o que pode ser feito.
“Primeiramente, buscar a empresa para ter essa informação por escrito. Se o problema não for resolvido, porque existe um prazo que as empresas tem que devolver essas baganes. São 30 dias para encontrar e devolver a bagagem, caso contrário o consumidor já pode pedir uma indenização”, detalhou a especialista.