“Atos de guerra” em hospitais de Gaza são “inescrupulosos”, diz porta-voz da ONU
Condenação da situação foi feita por Martin Griffiths neste sábado; Israel nega responsabilidade pelos ataques às unidades de saúde do território
O principal chefe de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), Martin Griffiths, condenou neste sábado (11) os ataques a instalações de saúde após recentes bombardeios na Faixa de Gaza.
“Os hospitais devem ser locais de maior segurança, não de guerra”, escreveu Griffiths em post no antigo Twitter.
“Não pode haver justificativa para atos de guerra em instalações de saúde, deixando-as sem energia, comida ou água, e disparando contra pacientes e civis que tentam fugir”, disse ele.
Vídeo: Veja o momento em que hospital em Gaza é atingido por ataque
Griffiths também disse que as pessoas que usam e trabalham nas instalações de saúde de Gaza “devem confiar que são locais de abrigo e não de guerra”.
Maior hospital de Gaza em crise no sábado
O Hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, está cercado por todos os lados pelas forças israelenses e sob “cerco total”, disse à CNN no sábado um alto funcionário do Ministério da Saúde palestino, administrado pelo Hamas em Gaza.
As hostilidades em torno do hospital, o maior de Gaza, “não pararam”, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras. O bombardeio constante está impedindo a evacuação de pacientes e funcionários e impedindo que ambulâncias recolham os feridos, segundo a organização.
Um jornalista freelance disse à CNN que a situação é “terrível”, com médicos trabalhando à luz de velas, alimentos sendo racionados e outros recursos diminuindo.
O exército israelense afirmou à CNN que está envolvido em “combates intensos e contínuos” contra o Hamas nas proximidades do complexo hospitalar, mas nega ter disparado contra o centro médico do norte de Gaza e negou que tenha sitiado a unidade de saúde.
Ataques impedem saída de brasileiros de Gaza
Também neste sábado, o embaixador Alessandro Candeas, representante do Brasil junto à Palestina, afirmou à CNN que ainda não há possibilidade de saída dos 34 brasileiros e familiares da Faixa de Gaza pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.
Segundo Candeas, o pré-requisito para a abertura da fronteira para a evacuação dos estrangeiros contemplados com autorização para deixar o território palestino é a passagem de comboio de ambulâncias com feridos, que têm prioridade na fila para cruzar a fronteira.
A logística de deslocamento das ambulâncias, porém, foi prejudicada após bombardeios em grandes centros de saúde palestinos.
“Não há perspectiva para deslocamento desses veículos, pois há hospitais cercados e atacados, sem possibilidade de transferência de feridos do Norte para o Sul da Faixa”, explicou o embaixador.
(Publicado por Pedro Jordão)