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    “Atingir civis indiscriminadamente” é crime de guerra, diz papa em discurso

    Pontífice realizou discurso anual a diplomatas

    O Papa Francisco faz sua homilia durante a Missa da Vigília Pascal na Basílica de São Pedro em 16 de abril de 2022 na Cidade do Vaticano, Vaticano. As celebrações da Páscoa deste ano no Vaticano incluem a participação de grande número de fiéis após dois anos de restrições devido à pandemia
    O Papa Francisco faz sua homilia durante a Missa da Vigília Pascal na Basílica de São Pedro em 16 de abril de 2022 na Cidade do Vaticano, Vaticano. As celebrações da Páscoa deste ano no Vaticano incluem a participação de grande número de fiéis após dois anos de restrições devido à pandemia Franco Origlia/Getty Images

    Philip Pullellada Reuters

    O papa Francisco, abordando os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia em seu discurso anual a diplomatas, disse nesta segunda-feira (8) que “atacar indiscriminadamente” civis é um crime de guerra porque viola o direito internacional humanitário.

    Francisco, de 87 anos, fez os comentários em um discurso de 45 minutos para enviados credenciados do Vaticano de 184 países. Nele, ele também falou sobre os conflitos na África e na Ásia, as crises imigratórias nos Estados Unidos e na América Latina, as mudanças climáticas e a perseguição aos cristãos.

    Expressando preocupação de que a guerra entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza possa se espalhar pelo Oriente Médio, o papa pediu um “cessar-fogo em todas as frentes, inclusive no Líbano”.

    Ele condenou o ataque transfronteiriço do Hamas em 7 de outubro, a partir de Gaza para o sul de Israel, como um ato “atroz” de “terrorismo e extremismo”, e renovou o apelo para a libertação imediata das pessoas que ainda estão presas por militantes em Gaza.

    Nas falas que relacionaram os dois conflitos, Francisco disse que a guerra moderna muitas vezes não distingue entre objetivos militares e civis.

    Não há conflito que não acabe, de alguma forma, “atingindo indiscriminadamente” a população civil, afirmou.

    “Os eventos na Ucrânia e em Gaza são uma prova clara disso. Não podemos nos esquecer de que as graves violações do direito internacional humanitário são crimes de guerra e que não é suficiente apontá-las, mas também é necessário evitá-las.”

    “É necessário um esforço maior por parte da comunidade internacional para defender e implementar a lei humanitária, que parece ser a única maneira de garantir a defesa da dignidade humana em situações de guerra”, disse ele.

    A campanha militar de Israel na densamente povoada Gaza matou mais de 23 mil palestinos, de acordo com as autoridades de saúde palestinas. Israel diz que 1.200 pessoas foram mortas no ataque de 7 de outubro do Hamas e cerca de 240 foram feitas reféns.

    Milhares de civis ucranianos foram mortos desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em 2022.

    “Talvez precisemos perceber mais claramente que as vítimas civis não são ‘danos colaterais’, mas homens e mulheres, com nomes e sobrenomes, que perdem suas vidas”, disse Francisco.

    O pontífice também afirmou que o ressurgimento do antissemitismo desde o início da guerra de Gaza foi um “flagelo” que deve ser eliminado da sociedade.

    Em outras partes de seu discurso, Francisco atacou novamente a indústria de armamentos, pedindo a criação de um fundo em que o dinheiro economizado com a redução dos estoques de armas seja desviado para eliminar a fome.