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    Ataques mortais e clima frio tornam Gaza “inabitável”, diz ONU

    "Temo que muitos outros civis venham a morrer", disse Ajith Sunghay, chefe do Escritório de Direitos Humanos

    Gabrielle Tetrault-Farberda Reuters

    Ataques implacáveis contra a infraestrutura e o clima frio em Gaza estão tornando o enclave palestino “completamente inabitável”, alertou o escritório de direitos humanos da ONU nesta sexta-feira (26).

    “Temo que muitos outros civis venham a morrer”, disse Ajith Sunghay, chefe do Escritório de Direitos Humanos da ONU para o Território Palestino Ocupado.

    “Os ataques contínuos a instalações especialmente protegidas, como hospitais, matarão civis, e haverá um impacto ainda maior e maciço sobre o acesso a cuidados de saúde, segurança e proteção em geral dos palestinos.”

    A ofensiva de Israel já matou mais de 26.000 palestinos, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, com milhares de outros podendo estar sob escombros e a maioria dos 2,3 milhões de moradores deslocados, enfrentando escassez aguda de alimentos, água e medicamentos.

    Israel lançou sua ofensiva após o ataque de 7 de outubro dos militantes do Hamas, que mataram 1.200 pessoas e fizeram 240 reféns.

    Sunghay disse que seu escritório também estava preocupado com o impacto do tempo chuvoso e frio em Gaza.

    “Isso era totalmente previsível nessa época do ano e corre o risco de tornar uma situação já insalubre completamente inabitável para a população”, afirmou ele.

    “A maioria não tem roupas quentes ou cobertores. O norte de Gaza, onde o bombardeio das IDF (Forças de Defesa de Israel) continua, é de difícil acesso, mesmo para fornecer ajuda humanitária básica.”

    Sunghay disse que seria “desastroso” se o bombardeio ou a luta de rua a rua que está ocorrendo em Khan Younis se deslocasse mais para o sul, para Rafah, onde cerca de 1,3 milhão de pessoas estão agora reunidas na cidade que faz fronteira com o Egito, em uma tentativa de escapar do ataque israelense.

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