Ataques do 11/9 deram início a “guerra ao terror” e mudaram curso da geopolítica
Em 11 de Setembro de 2001, dois aviões sequestrados atingiram o World Trade Center
Além da história, o curso da geopolítica foi alterado depois do 11 de Setembro. Muito por uma ação específica adotada pelo ex-presidente George W. Bush em resposta aos ataques.
“Sob minhas ordens, o Exército dos EUA começou ataques contra campos de treinamento de terroristas da Al Qaeda e instalações militares do regime Talibã no Afeganistão”, disse Bush em rede nacional.
O anúncio do republicano deu início à era da intervenção norte-americana para reconstruir nações com um foco específico: o Oriente Médio e o mundo islâmico.
Além de um eixo da política externa dos Estados Unidos, a chamada “guerra ao terror” virou uma luta global, apoiada especialmente por países ocidentais, parceiros de longa data dos americanos.
O primeiro foco foi o Afeganistão. O Exército norte-americano invadiu o país para derrubar o regime Talibã, acusado de dar abrigo aos terroristas da Al Qaeda e ao então líder do grupo, Osama Biden Laden, mentor dos ataques de 11 de Setembro.
Dois anos depois, a atenção dos EUA se voltou ao Iraque. Desta vez, a acusação da administração Bush é que o país possuía armas de destruição em massa e o foco era o ex-líder do país Saddan Hussein.
Nessas duas décadas, a guerra ao terror, liderada pelos EUA, levou à queda de Hussein, em 2003, no Iraque. Depois, em 2011, uma operação norte-americana matou Bin Laden, no Paquistão.
Só que enquanto os norte-americanos focavam em destruir capacidades físicas dos terroristas, os radicais também evoluíam nas técnicas. Cometer um ataque com um avião ficou quase impossível. Por isso, eles passaram a utilizar caminhões, carros e até facas, que causaram tanto dano quanto os atentados às Torres Gêmeas.
E os alvos também mudaram. Passaram a ser os aliados dos EUA, principalmente na Europa. Como em Paris, em 2015, o ataque mais brutal que a França sofreu desde a Segunda Guerra Mundial. No ano seguinte, o horror voltou à França. Desta vez em Nice, com um caminhão matando dezenas de pessoas. Reino Unido e Espanha também registraram atentados.
Os autores também mudaram. Da Al Qaeda para o autoproclamado Estado Islâmico, que se desenvolveu no vácuo das grandes potências na Síria e no Iraque.
A saída dos Estados Unidos do Afeganistão pode favorecer o reagrupamento de organizações terroristas. É o caso do Estado Islâmico-K, por exemplo, que tenta ganhar território no país.
E, se lá trás, o ex-presidente George W. Bush deu início à essa política de intervenção dos EUA, 20 anos depois, o atual ocupante da Casa Branca, Joe Biden, quis dar um ponto final à ela. A era da intervenções pode ter chegado ao fim com o que os especialistas já estão chamando de doutrina Biden.
Especial
A CNN Brasil apresentou uma programação especial neste sábado, 11/09, em transmissão simultânea com a CNN americana e com correspondentes espalhados pelos Estados Unidos, em homenagem às vítimas do atentado que completa 20 anos. Confira: