Ataques de Israel ao sul de Gaza devem dificultar resgate de brasileiros
Brasileiros aguardam autorização do Egito e de Israel para cruzar a fronteira com Egito
As cidades de Rafah e Khan Younes, onde brasileiros e refugiados que tentam deixar a Faixa de Gaza aguardam para conseguir sair, foram atingidas por bombardeios de Israel na madrugada desta terça-feira (17).
Entre os civis que aguardam autorização para cruzar a fronteira com o Egito e deixar a região em segurança, estão um grupo de 32 pessoas que devem vir para o Brasil – 22 brasileiros, sete palestinos com visto temporário ou de autorização de residência no Brasil, e três palestinos parentes desses brasileiros.
Uma aeronave da Presidência da República enviada pelo Brasil aguarda em Roma, na Itália, a liberação para buscar o grupo que será repatriado.
O ataque – confirmado à CNN por fontes dos governos de Brasil, Israel, Palestina e Egito –, no entanto, deve dificultar a operação. Segundo interlocutores do governo brasileiro, a abertura da fronteira com o Egito, para que os brasileiros e demais estrangeiros deixem a área, deve ficar ainda mais difícil depois do novo bombardeio.
Do lado israelense, o entendimento também é de que a passagem dos civis pelo local neste momento ficou ainda mais complicada. Ideia compartilhada por autoridades do Egito procuradas pela reportagem.
Dessa maneira, a embaixada do Brasil ainda não recomendou às pessoas que aguardam no sul de Gaza que deixem os abrigos onde estão e se desloquem para a fronteira com o Egito.
A aeronave brasileira que está em Roma aguardando a liberação das autoridades locais para prosseguir com a repatriação foi acionada com urgência na última quinta-feira (12) para a missão. A tripulação inclui um médico, um enfermeiro e um psicólogo, todos militares da Força Aérea Brasileira (FAB).
O tempo estimado de voo entre os aeroportos de Roma e do Cairo é de cerca três horas. Já o deslocamento por terra dos brasileiros, da fronteira até o aeroporto, pode levar aproximadamente sete horas.
Segundo o Itamaraty, veículos contratados estão a postos para fazer este trajeto assim que a passagem de Rafah, cidade na fronteira entre Gaza e Egito, for aberta.