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    Ataques aéreos em Kiev atingiram memorial do Holocausto, diz autoridade ucraniana

    Presidente do conselho do memorial de Babyn Yar criticou a Rússia em comunicado após o ataque

    Matthew ChanceHadas GoldDeb Doftda CNN

    Ataques aéreos que atingiram Kiev nesta terça-feira (1º) atingiram o Memorial do Holocausto Babyn Yar em Kiev, de acordo com o chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia, Andriy Yermak.

    O memorial está localizado perto da Torre de TV de Kiev, que também foi danificada na terça-feira.

    O jornalista Matthew Chance, da CNN, estava entrevistando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, quando Yermak avisou Zelensky que o memorial do Holocausto foi atingido. A troca entre Yermak e Zelensky foi registrada por uma câmera da CNN.

    Desde então, o Memorial do Holocausto Babyn Yar divulgou um comunicado confirmando que o local da lembrança foi atingido pelas forças russas.

    De acordo com um comunicado, o presidente do Conselho Consultivo do memorial, Natan Sharansky, disse que “Putin procura distorcer e manipular o Holocausto para justificar uma invasão ilegal de um país democrático soberano, o que é totalmente abominável. É simbólico que ele comece a atacar Kiev bombardeando o local do Babyn Yar, o maior massacre nazista”.

    “Lembramos à liderança russa que Kiev, Kharkiv, Kherson, Mariupol e outras cidades ucranianas foram submetidas pela última vez a bombardeios maciços pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, e agora estão queimando sob os golpes do exército de Putin, sob a falsa e ultrajante narrativa de ‘desnazificar’ a Ucrânia e seu povo”, afirma.

    Entenda o conflito

    Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.

    Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

    O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.

    De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”.

    Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.

    Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

    A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.

    Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.

    A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.

    (Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)

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