Assassinato de líder do Hamas aumenta risco de guerra regional, diz analista
Silvio Cascione, diretor da Eurasia Group no Brasil, afirma que conflito entre Irã e Israel pode sair do controle, mas que guerra total ainda não é o cenário mais provável
O assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irã, elevou significativamente as tensões no Oriente Médio, aumentando o risco de uma guerra regional. A análise é de Silvio Cascione, diretor da Eurasia Group no Brasil, em entrevista ao CNN 360°.
Segundo Cascione, o ato “altamente provocativo” ampliou a possibilidade de um conflito aberto entre Irã e Israel, potencialmente envolvendo outros países da região. “A gente está cada vez mais preocupado com a escalada desse conflito no Oriente Médio”, afirmou o especialista.
Apesar da escalada das tensões, Cascione ressalta que uma guerra total ainda não é o cenário mais provável. “Não é do interesse do Irã, do Israel, de uma guerra total que pode ter riscos existenciais para o Irã”, explicou. O analista destaca que uma guerra aberta com Israel poderia ser muito perigosa para o regime iraniano.
No entanto, a troca de ataques recentes entre os dois países tem aumentado a probabilidade de um conflito que possa sair do controle. Cascione lembrou que em abril o Irã disparou centenas de mísseis contra Israel, e agora ameaça uma resposta agressiva que pode atingir alvos civis israelenses.
Impactos globais de um possível conflito
O diretor da Eurasia Group alerta para os possíveis impactos de uma guerra regional no cenário global, incluindo consequências econômicas. Embora os países envolvidos ainda demonstrem preferência por manter o conflito dentro de certos limites, Cascione adverte que “eles estão cada vez mais próximos de um conflito aberto”.
A situação no Oriente Médio permanece volátil, com a comunidade internacional acompanhando de perto os desdobramentos após o assassinato do líder do Hamas. A possibilidade de uma escalada militar continua sendo uma preocupação central para analistas e líderes mundiais.