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    Assassinato de candidato no Equador está associado a problemas econômicos, diz professora

    Especialista afirma que cenário econômico dolarizado e dependente do petróleo fortalece grupos de narcotraficantes

    Ramana Rechda CNN*

    O assassinato do candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio faz parte do cenário do fortalecimento do narcotráfico no país. A professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em América Latina Regiane Nitsch Bressan afirma que esses grupos podem continuar a interferir no processo democrático equatoriano 

    De acordo com a professora, o narcotráfico se fortalece nas desigualdades e dificuldades econômicas do Equador. Regiane explicou que a dolarização da economia trouxe a perda de controle macroeconômico e o empobrecimento da população.

    Vídeo: Veja o momento do ataque que matou o candidato a presidente do Equador

    Além disso, acrescenta a especialista, o país não diversificou suas matérias-primas exportadoras e nem se industrializou, o que aumentou a dependência no petróleo. 

    Bressan lembra que há interesse de transnacionais entrarem em terras indígenas para ter acesso à commodityA proteção das áreas de povos originários era uma das pautas que Villavicencio defendia.  

    Com trajetória marcada pelas carreiras no jornalismo e sindicalismoele “incomodava”, diz Bressan“Era um candidato que não só denunciou diversos casos de corrupção, tanto de partidos de esquerda como da direita, como também atuava de forma implacável contra narcotraficantes,” esclareceu a professora.

    Um vídeo atribuído à facção criminosa Los Lobos reivindica o atentado ocorrido na quarta-feira. Mas é um vídeo falso, informaram várias fontes à CNN

    Seis homens colombianos foram presos na quinta-feira (10) suspeitos de matarem o candidatoO político foi baleando quando saía de um comício político realizado em Quito, capital do Equador, na quarta-feira (9). 

    A professora de Relações Internacionais diz que essas facções não atuam apenas domesticamente e estão ligadas a grupos de outros países. “A morte de Villavicencio revela não só o interesse de facções domésticas. Era de interesse de outros grupos a não vitória dele nas eleições.” 

    Ela destaca ainda que o assassinato de um candidato traz instabilidade política e desconfiança nas eleições. 

    * Sob supervisão de Ricardo Gouveia

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