Às vésperas das eleições na Grécia, favoritos realizam comícios em Atenas
Atual primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, do partido Nova Democracia, enfrenta seu antecessor, o esquerdista Alexis Tsipras, do Syriza; pleito acontece neste domingo
Os principais postulantes ao cargo de primeiro-ministro da Grécia encerraram suas campanhas eleitorais, na reta final para a busca de votos para o pleito parlamentar neste domingo (21). O atual ocupante do cargo é Kyriakos Mitsotakis, do partido Nova Democracia, que enfrentará seu antecessor, Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza.
Mitsotakis realizou seu último comício de campanha em Atenas na sexta-feira (19). Dirigindo-se a milhares de apoiadores tendo como pano de fundo o templo do Parthenon e a Acrópole, Mitsotakis pediu aos apoiadores que votassem para continuar avançando no país.
Mitsotakis chegou ao poder em 2019, substituindo o líder do partido esquerdista Syriza, Alexis Tsipras – com quem se encontrará novamente nas urnas no domingo – após uma dolorosa crise financeira que levou a Grécia a quase sair da zona do euro.
“Ele é o único primeiro-ministro que enfrentou tantas crises que nenhum outro primeiro-ministro enfrentou. Então, acho que ele se saiu muito bem e devemos dar a ele uma segunda chance”, disse a enfermeira Efthimia Kokkali, apoiadora do partido.
“Ao longo desse período de quatro anos, o que Mitsotakis prometeu em 2019 ele implementou”, disse o advogado Dimitris Tsifilitatos, apoiador do partido.
Oposição
Tsipras realizou seu principal comício de campanha no centro de Atenas na quinta-feira (18), em frente ao parlamento. Milhares de simpatizantes do partido se reuniram no comício agitando bandeiras e sinalizadores, lotando a Syntagma, praça principal da capital.
“A mensagem que estamos enviando aqui é que no domingo a Grécia vai virar a página”, disse Tsipras à multidão.
Tsipras criticou o governo por não fazer o suficiente para aliviar o fardo dos altos preços de energia e alimentos, e disse que seu governo aumentaria ainda mais os salários e as pensões, além de reintroduzir os direitos trabalhistas que foram abolidos.
“Foram quatro anos dramáticos, o povo sabe, agora é hora do Syriza voltar a ser o governo, sem resgates, sem a Alemanha sobre nossas cabeças, para que possamos voltar a ter dias bons como antigamente”, disse o partidário Dimitris Bakoyannis.
O Nova Democracia está à frente do Syriza nas pesquisas de opinião. Mas a eleição de domingo pode não produzir um vencedor absoluto devido a um novo sistema de votação. Uma segunda votação pode ocorrer no início de julho, a menos que uma coalizão seja formada.
A Covid-19 e a alta inflação, desencadeada pela guerra na Ucrânia, que dispararam as contas de energia, afetaram as famílias que ainda sofrem com uma década de austeridade, enquanto o crescimento econômico deve cair para 2,3% este ano, de 5,9% em 2022.
(Publicado por Fábio Mendes)